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Cadê os bate panelas?

Edson Bonine em 16/06/2016 às 08h37

Machado cita Temer e mais de 20 políticos em propinas da Transpetro Segundo o ex-presidente da Transpetro, todos os citados por ele "sabiam" do funcionamento do esquema de corrupção capitaneado na estatal Por: Estadão Conteúdo 15/06/2016 - 15h02min | Atualizada em 16/06/2016 - 04h11min CompartilharE-mailGoogle+TwitterFacebook Machado cita Temer e mais de 20 políticos em propinas da Transpetro Agência Petrobras/Divulgação Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro Foto: Agência Petrobras / Divulgação Em sua delação premiada na Operação Lava-Jato, o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado listou os nomes de mais de 20 políticos que teriam recebido propina no esquema de corrupção na subsidiária da Petrobras e também o presidente em exercício Michel Temer (PMDB), que, segundo o delator, teria pedido a ele recursos ilícitos para a campanha de Gabriel Chalita (PMDB) à prefeitura de São Paulo, em 2012. Segundo o delator, todos os políticos citados por ele "sabiam" do funcionamento do esquema de corrupção capitaneado por ele na estatal e, "embora a palavra propina não fosse dita, esses políticos sabiam, ao procurarem o depoente, que não obteriam dele doação com recursos do próprio, enquanto pessoa física, nem da Transpetro, e sim de empresas que tinham relacionamento contratual com a Transpetro". Ainda segundo Machado, nenhuma das doações solicitadas por ele às empresas era lícita. Leia mais: Quem são os políticos citados na delação premiada de Sérgio Machado PT e PSOL estudam novo pedido de impeachment de Temer Sérgio Machado me cita, mas não prova nada, diz Renan sobre delação De acordo com Machado, empreiteiras que mantinham contrato com a estatal realizavam pagamentos mensais de propina para políticos, parte por meio de entrega de dinheiro vivo e parte por meio de doações oficiais, como forma de garantir os contratos com a estatal que era área de influência do PMDB. O delator assumiu a presidência da estatal em 2003, por indicação do presidente do Senado Renan Calheiros, dos senadores Jader Barbalho, Romero Jucá e Edison Lobão e do ex-presidente José Sarney, todos da cúpula do PMDB e que foram beneficiados com propinas do esquema. Publicidade Ele admitiu ainda que administrava a estatal visando "extrair o máximo possível de eficiência das empresas contratadas pela estatal, tanto em qualidade quanto em preço" e que outros políticos, além dos responsáveis por sua indicação ao cargo, também se beneficiaram do esquema criminoso. "O depoente também repassou propina, via doação oficial, para os seguintes: Cândido Vaccarezza (PT), Jandira Feghali (PC do B), Luis Sérgio (PT), Edson Santos (PT), Francisco Dornelles (PP), Henrique Eduardo Alves (PMDB), Ideli Salvatti (PT); Jorge Bittar (PT), Garibaldi Alves (PMDB), Valter Alves, José Agripino Maia (DEM), Felipe Maia (DEM), Sergio Guerra (PSDB, morto em 2014), Heráclito Fortes (PMDB), Valdir Raupp (PMDB); que Michel Temer pediu ao depoente que obtivesse doações oficiais para Gabriel Chalita, então candidato a prefeito de São Paulo." Doação ilegal para a campanha de Gabriel Chalita O ex-presidente da Transpetro envolveu diretamente o presidente em exercício Michel Temer (PMDB) em propinas da estatal. O delator revelou uma suposta operação de captação de recursos ilícitos, envolvendo Temer e o senador Valdir Raupp (PMDB-RR), para abastecer, em 2012, a campanha do então candidato Gabriel Chalita (PMDB) para a prefeitura de São Paulo. "O contexto da conversa deixava claro que o que Michel Temer estava ajustando com o depoente era que este solicitasse recursos ilícitos das empresas que tinham contratos com a Transpetro na forma de doação oficial para a campanha de Chalita", revelou Machado à Procuradoria-Geral da República. De acordo com o delator, Michel Temer lhe disse que estava com problema no financiamento da candidatura de Chalita e perguntou se ele poderia ajudar. "O depoente disse que faria um repasse através de uma doação oficial no valor de R$ 1,5 milhão." O delator apontou o nome de uma empreiteira que teria feito repasse. "Ambos acertaram o valor, que ficou em R$ 1,5 milhão; que a empresa que fez a doação - no valor ajustado - foi a Queiroz Galvão." Segundo o delator, Chalita não estava bem na campanha. Sérgio Machado, neste trecho de seu depoimento, citou o senador Valdir Raupp. "O depoente foi acionado pelo senador Valdir Raupp para obter propina na forma de doação oficial para Gabriel Chalita; que posteriormente conversou com Michel Temer, na Base Aérea de Brasília, provavelmente no mês de setembro de 2012, sobre o assunto, havendo Michel Temer pedido recursos para a campanha de Gabriel Chalita; que o depoente se identificou ao adentrar a base aérea; que o automóvel utilizado fora alugado pela Transpetro junto à Localiza, não lembrando o depoente o modelo." Machado afirmou ainda que ligou para Temer e avisou que a contribuição ocorreria. "Para Valdir Raupp o depoente conseguiu o valor de R$ 500 mil." Em novas gravações, Machado diz que contribuiu para Temer Temer gerenciou doação da JBS ao PMDB, diz delator Machado também disse na delação que ouviu de diversos senadores em reuniões na casa de Renan Calheiros (PMDB-AL) que o Grupo JBS iria fazer doações ao PMDB, a pedido do PT, na ordem de R$ 40 milhões. Essa informação, segundo ele, foi confirmada pelo diretor de relações institucionais da JBS. O valor, nas eleições de 2014, seria destinado apenas para a bancada do partido no Senado. Conforme a delação de Machado, os beneficiários seriam Renan Calheiros, Jader Barbalho, Romero Jucá, Eunício Oliveira, Vital do Rego, Eduardo Braga, Edison Lobão, Valdir Raupp, Roberto Requião, "entre outros". Machado disse que a informação do repasse de R$ 40 milhões da JBS para a bancada do PMDB no Senado chegou à Câmara. A bancada peemedebista na Casa se queixou a Michel Temer. O fato, segundo o ex-presidente da Transpetro, fez com que Temer reassumisse a presidência do PMDB "visando controlar a destinação dos recursos do partido". Recolhimento domiciliar Sérgio Machado se comprometeu, no acordo de delação premiada, a devolver R$ 75 milhões à Petrobras. E a Procuradoria-Geral da República (PGR) acertou que Machado não poderá ser condenado a mais de 20 de anos nas ações criminais às quais deverá responder pelos desvios na estatal. Além disso, o delator cumprirá pena em regime domiciliar, com monitoramento por tornozeleira eletrônica. De acordo com os termos, divulgados nesta quarta-feira após decisão do ministro Teori Zavascki, R$ 10 milhões deverão ser pagos 30 dias após a homologação, que ocorreu no mês passado, e R$ 65 milhões parcelados em 18 meses. Por ter delatado os supostos repasses de recursos da Transpetro para políticos, Machado vai cumprir regime domiciliar diferenciado. "O colaborador poderá ausentar-se de sua residência, por seis horas contínuas e não fracionáveis, em oito datas no período de sua reclusão em regime fechado domiciliar, devendo cientificar ao Juízo e ao Ministério Público Federal, com antecedência mínima de 72 horas, do horário, em cada data, em que fará uso da franquia e podendo solicitar, fundamentadamente e com antecedência mínima de cinco dias úteis, alteração de data", afirmou o termo de colaboração. Temer diz, em nota, que citação é "inverídica" O presidente interino se manifestou no final da tarde desta quarta-feira, por meio de nota, sobre a delação de Machado. Temer afirmou que "sempre respeitou estritamente os limites legais para buscar recursos para campanhas eleitorais" e que "jamais permitiu arrecadação fora dos ditames da lei". Ele disse ainda que é "absolutamente inverídica" a versão de que teria solicitado recursos ilícitos a Machado, com quem mantinha apenas relacionamento "formal e sem nenhuma proximidade". Também em nota, a JBS afirmou que "as doações para campanhas eleitorais foram realizadas de acordo com as regulamentações do TSE". "A empresa esclarece que o seu diretor de Relações Institucionais não participou de nenhuma reunião e lamenta que mais uma vez a empresa esteja envolvida em acusações que agridem, de forma infundada, sua imagem, marcas, reputação e conduta ética", diz o texto.

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