Às margens enigmáticas da Lagoa dos Patos, em Tapes, existe um prédio centenário envolto em lendas e mistérios. Com mais de 100 anos de história, essa construção já abrigou diversos estabelecimentos ao longo das décadas: escola, albergue, loja, prostíbulo. Mas, entre todas as suas funções, parece ter assumido um papel definitivo: o de casa assombrada.

Um dos mistérios mais intrigantes do local nos remete a um passado distante, quando a polícia proibiu o uso de uma câmara fria dentro do prédio. O motivo? Ninguém sabe ao certo. O que se sabe, no entanto, é que desde então, acontecimentos inexplicáveis se tornaram parte da rotina do lugar.

Atualmente, o local é a Casa de Cultura da cidade, abriga um museu, uma biblioteca e espaços para aulas coletivas. Os fenômenos sobrenaturais são famosos em toda a região.

Funcionários relatam ouvir passos nas escadas quando estão sozinhos. Sons de papéis sendo rasgados ecoam na hora de fechar a casa. Nomes são sussurrados no vazio, como se vozes do passado ainda habitassem os corredores. No terceiro andar parece o local favorito de encontro das almas perdidas, pois os passos insistem em se manifestar, descendo lentamente as escadas, mas sem nunca ninguém chegar ao pavimento inferior.

Um dos objetos mais assombrados do museu é uma cama de 90 anos que, inexplicavelmente, amanhece sempre desfeita, mesmo sem ninguém tocá-la. Além disso, há relatos frequentes de aparições espectrais: uma moça ao piano, que parece tocar uma melodia melancólica e suave, que causa arrepios em quem a escuta.

Outro fenômeno intrigante envolve um relógio de parede, que todos os dias era encontrado no chão, sem explicação aparente. E mais estranho ainda: mesmo sem pilhas, ele continuava a marcar as horas.

Curiosamente, os relatos de assombrações em Tapes costumam girar em torno da Lagoa dos Patos. Será a água um condutor para essas energias? Ou será que as histórias do passado simplesmente se recusam a desaparecer?