Blog dos Espíritos

A felicidade na Doutrina Espírita

31/03/2025 09:30 - por Rosane Sacilotto sacilottorosane @gmai.com

O entendimento de felicidade
A Doutrina Espírita traz uma visão profunda e esclarecedora sobre a verdadeira felicidade, abordando-a não como algo efêmero, mas como um estado de harmonia interior e evolução espiritual. De acordo com os ensinamentos superiores das obras da Codificação de Allan Kardec, a felicidade na Terra não depende das circunstâncias externas, mas sim do cultivo de virtudes, do desapego material e do aprimoramento moral de cada indivíduo.

A felicidade não é uma condição estática, mas um processo contínuo de crescimento e aprendizado. Para os espíritas, a busca pela felicidade verdadeira envolve o entendimento de que as experiências, sejam elas felizes ou dolorosas, são oportunidades de aprendizado, e que, por meio delas, o ser humano pode alcançar a elevação moral e espiritual e expiar suas faltas passadas.

Na resposta à questão 921 do Livro dos Espíritos, obtemos o esclarecimento: “O homem é quase sempre o obreiro da sua própria infelicidade. Pela prática da lei de Deus, a muitos males pode forrar-se, proporcionando a si mesmo felicidade tão grande quanto o comporte a sua existência grosseira”.

No Evangelho Segundo o Espiritismo, Kardec nos ensina que a verdadeira felicidade não é resultado da satisfação dos desejos materiais, mas sim do cumprimento dos deveres morais, da prática do bem e do amor ao próximo. O Espiritismo sugere que a felicidade terrena está diretamente ligada à busca pelo autoconhecimento, à prática da caridade, à compreensão da lei de causa e efeito e ao entendimento das leis divinas que regem a vida.

Assim, a felicidade está diretamente relacionada ao cumprimento das leis naturais, que são as leis de Deus. Essas leis são imparciais e universais, regendo a evolução dos seres, e a felicidade verdadeira só pode ser alcançada quando o ser humano se alinha com esses princípios divinos.

A felicidade depende da transformação íntima
A fé na vida além da matéria é um alicerce fundamental para a felicidade segundo a Doutrina Espírita. Ao compreender que a vida continua após a morte e que as dificuldades da vida atual são oportunidades para o aprendizado e de evolução, o ser humano consegue superar o sofrimento e a angústia, encontrando serenidade, mesmo diante dos desafios.

Além disso, os espíritos superiores ensinam que a verdadeira felicidade está em servir ao próximo, em cultivar a paciência, a humildade e a gratidão. Eles nos orientam a olhar para o bem e a deixar de lado as ambições egoístas, que frequentemente nos afastam da harmonia verdadeira.

Em um de seus ensinamentos, o espírito de Léon Denis nos lembra que “a felicidade é fruto da harmonia com a lei de Deus, e esta lei se manifesta na caridade, no perdão, na justiça e na abnegação”. Portanto, a felicidade na Terra não é uma utopia, mas uma meta alcançável por meio da transformação íntima, da elevação moral e da busca constante por um viver mais alinhado com os princípios divinos.

A Doutrina Espírita nos ensina que a felicidade não é um estado permanente, mas sim algo que é conquistado ao longo do tempo, à medida que o ser humano se aprimora moralmente. O sofrimento, muitas vezes, é visto como uma oportunidade de aprendizado e evolução. Isso significa que, mesmo nas adversidades, podemos encontrar a felicidade, pois o sofrimento, quando compreendido corretamente, é um meio de crescimento. 

Em resumo, a felicidade não está em fugir das dificuldades, mas em entender e enfrentar as adversidades com coragem, confiança e fé. O caminho para a verdadeira felicidade na Terra é o caminho do autoconhecimento, da superação das imperfeições e da prática do bem, sempre em sintonia com os ensinamentos do maior exemplo de conduta que Deus nos concedeu, o Mestre Jesus.

A moral e a felicidade
Para os espíritas, a felicidade está ligada ao cumprimento dos deveres morais. O Evangelho Segundo o Espiritismo fala sobre a importância da prática das virtudes, como a caridade, o perdão, a paciência, a humildade e a fraternidade. A felicidade real não é uma recompensa imediata, mas sim o fruto da prática constante do bem. Ao seguir os ensinamentos do Cristo e cultivar essas virtudes, o indivíduo experimenta a paz de espírito e o contentamento interior, que são, para o Espiritismo, as bases da felicidade. Ao ajudar o próximo, ao perdoar os inimigos e ao buscar o entendimento das dificuldades da vida, o ser humano alcança um estado de bem-estar duradouro.

A visão reencarnacionista traz uma perspectiva de que as dificuldades e sofrimentos atuais não são castigos, mas sim chances para o aprendizado e crescimento. Isso transforma a ideia de felicidade, pois a pessoa começa a entender que o sofrimento é temporário e faz parte de um processo de evolução que visa à felicidade plena no futuro, tanto nesta vida quanto nas próximas.

Na questão 922, Kardec vem questionar um critério para a felicidade comum a todos os homens, ao que obtemos dos Espíritos Superiores o seguinte conselho: “Com relação à vida material, é a posse do necessário. Com relação à vida moral, a consciência tranquila e a fé no futuro”.

Concluímos assim que a felicidade verdadeira é a conquista do ser humano que caminha em direção ao aprimoramento moral e espiritual, buscando sempre se alinhar com as leis divinas, com a caridade e o perdão. Dessa forma, a felicidade não é apenas um objetivo a ser alcançado, mas um estado que é cultivado diariamente através das escolhas, atitudes e pensamentos. No Espiritismo, a felicidade é, acima de tudo, a vivência da harmonia interior e da evolução constante rumo à perfeição.

KARDEC, Allan. “O Evangelho Segundo o Espiritismo”; “O Livro dos Espíritos”.

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