Como lutar contra a  depressão? Como encontrar forças, se a pessoa com a doença  não tem disposição para quase nada? São questões  que Julio Cerquetane aborda em “O fim da depressão,” livro publicado pela Editora Literare Books Internacional, com 200 páginas. Com um estilo textual de fácil compreensão,  como se estivesse conversando com o leitor, Júlio traz um relato íntimo sobre como foi batalhar  contra a doença  por cinco anos,  revelando como conquistou a libertação.

Dividido em 11 capítulos e com prefácio de um especialista, o psiquiatra Pedro Borsato, Júlio quebra alguns tabus  em relação à depressão, mostrando como a família pode auxiliar nesta fase.  No entanto, a obra não visa ser um manual: desde o começo, o autor deixa claro que nenhum livro, nem o dele, pode curar alguém dessa  doença psiquiátrica. A obra, antes e acima de tudo, destaca a necessidade  de procurar ajuda médica.

Neste sentido, “O fim da depressão” pode ser visto como um amparo sob a  forma de leitura,  que estende a mão para uma pessoa deprimida.  Do aparente fim do túnel  em que os depressivos se encontram até a luz no fim do túnel, a obra oferece também temas que passam despercebidos  porque a doença tende a  cegar o deprimido, como o hábito da comparação. Na página 130, por exemplo, Júlio aponta  a diferença que encontrou ao praticar esporte:  antes da depressão, praticava por competição e comparação e depois da depressão, pelo simples prazer da atividade e do hobby.

Diante de uma das doenças que mais acometem pessoas na contemporaneidade, Júlio relembra na obra que o sofrimento não é condição de nossa vida e, assim como a depressão, “é um sentimento invasor e oportunista que procura brechas para entrar, se fortalecer e se manter, como se dependesse de um hospedeiro.”

Em resumo, o livro é um mergulho em uma vida que foi acometida pela doença, mas resgatada após um período de luta, apoio e ajuda médica. É um relato  de uma experiência de vida que pode inspirar os que buscam uma saída para os seus problemas, facilitando o acesso à informação aos que sofrem da doença, por meio  de uma escrito que se posiciona com empatia  e sensibilidade.

Nascido no interior de São Paulo, em Santa Cruz das Palmeiras, Júlio Cerquetane reside atualmente em Ribeirão Preto, também interior paulista. Estudioso do comportamento e da mente, ministra palestras e dedica parte de seu tempo aos estudos nesse campo. Começou a escrever  durante o enfrentamento de sua depressão e tem presença ativa nas redes sociais, onde compartilha tudo o que aprendeu ao se libertar da doença. 

“O fim da depressão” é sua primeira obra, enquanto outras duas já estão prontas. Formado em Ciências Contábeis desde 1997, é empresário do ramo ceramista e empreendedor  social e fundador do Projeto “Eu posso.”

Trecho:
“Num primeiro momento, nem imaginei que os desabafos íntimos  se transformariam em livro,  mas a vontade de escrever brotou do nada. Comecei a  criar  em uma despretensiosa manhã de  segunda-feira e, de lá pra cá, não parei mais, venho colecionando cadernos e mais cadernos com o desejo de preencher as folhas com tudo aquilo que vinha sentindo. Foi assim que passei  a extravasar  os sentimentos, aliviando a dor  e o sofrimento.”
(página 27)

ALICE EM NOVA EDIÇÃO     
Editora Via Leitura está lançando uma nova edição traduzida com texto integral da primeira publicação inglesa e ilustrações  de John Tenniel do clássico “Alice  no país das maravilhas,” de Lewis Carroll. A história da menina curiosa que mergulha na toca de um coelho e vive uma jornada por terras extraordinárias tem encantado gerações  de leitores desde 1865. Cada um dos personagens icônicos –o Chapeleiro Maluco, a Rainha de Copas, o Gato de Cheshire, entre outros- apresenta um fragmento de um universo delirante. Lewis Carroll faleceu em janeiro de 1898, deixando um legado extraordinário na literatura e na imaginação.

AUSTRÍACO VENCE O ANDERSEN
Considerado a mais importante distinção da literatura infantil no mundo, o Prêmio Hans Christian Andersen  deste ano foi para o austríaco Heinz Janisch, conforme anúncio feito na recente Feira do Livro Infantil de Bolonha. Janisch é tido como mestre dos contos que favorecem a imaginação dos leitores, com textos simples e significativos. 

Leituras:
“A solidão é perigosa e viciante. Depois que se descobre a  paz que há nela,  não se quer mais lidar com as pessoas.” 
(Carl Gustav Jung   -26 de julho de 1875/06   de junho        de    1961-,   psiquiatra,   psicanalista    e        psicoterapeuta  suíço, fundador da Psicologia Analítica). 

Destaques:
POEMAS PARA LIZ

Autora: Bruna Escaleira

O livro explora, de maneira poética, a maternidade. Da gravidez ao puerpério, a obra aborda com leveza e sensibilidade o processo da descoberta de si como mãe, sem romantizar ou demonizar a  função. Segundo a autora, durante a  gravidez de sua primeira filha entendeu que também estava gerando uma nova forma de escrever, já que apresenta frases curtas em situações improváveis. Nascida no Rio de Janeiro em 1988, é escritora e formada em Jornalismo, com pós-graduação e mestrado com dissertação sobre poesia erótica e feminismos. Tem outros três livros de poesias publicados, além de participação em diversas  coletâneas.
Editora Artesanal Arpillera. 88  páginas. 

O JARDIM DA MINHA BABA

Autor:  Jordan  Scott

O livro traz uma história sobre empatia, amor e compreensão, explorando temas como imigração, pobreza e fim da vida.  Um menino passa as manhãs com sua avó, ele a visita todos os dias, experimentando sons, imagens e cheiros do jardim. Mais tarde, quando a avó se muda para a casa da família, o neto leva o café da manhã para ela, em uma relação de profundo significado sentimental.
Editora  Pequena Zahar. 48 páginas. R$ 45,90.

(As obras apontadas  no Blog dos Livros  podem ser encontradas   junto à Revistaria e Livraria Nascente, na Rua Saldanha Marinho,   1423, Cachoeira   do Sul)