Um conto de Natal... 

Em um vilarejo num canto remoto da região da antiga Escandinávia, havia uma casa abandonada que ninguém se atrevia a visitar. Conhecida como "A Morada de Elmwood", diziam que era o lar de um espírito que vagava apenas na véspera de Natal. A história remonta a meados do século XIX, quando a casa era ocupada por Jonathan Elmwood, um próspero comerciante que morreu tragicamente na noite de Natal, após ser traído por seus próprios sócios. Diziam que ele jurara proteger sua propriedade para sempre.

As luzes da casa, apagadas durante o ano inteiro, inexplicavelmente se acendiam no dia 24 de dezembro. Vizinhos relataram ouvir cânticos de Natal vindos do interior, mesmo quando não havia ninguém por perto. Uma antiga música de piano parecia ecoar pelos corredores, trazendo um misto de nostalgia e inquietação. A lenda dizia que Jonathan procurava aqueles com coração puro para partilhar segredos sobre sua fortuna perdida.

Certa vez, uma família que se aventurou na casa em busca de abrigo contra uma nevasca relatou uma experiência arrepiante. Segundo eles, um homem de aparência elegante, vestido com roupas vitorianas, os recebeu e ofereceu comida e bebida. No entanto, quando a manhã chegou, estavam todos no mais completo silêncio e solidão. Ao procurar o dono da casa encontraram apenas uma carta assinada por ele, agradecendo pela companhia.

Os moradores mais antigos acreditavam que o espírito de Jonathan buscava redenção, tentando recriar a magia dos Natais que ele perdeu. Entretanto, outros juravam que ele estava preso ao local, punido por seus pecados. Alguns exploradores mais audaciosos tentaram passar a noite na casa, mas relataram serem expulsos por rajadas de vento gelado ou por sombras que os perseguiam.

Ao longo dos anos, a lenda de Elmwood atraiu curiosos, mas poucos tiveram coragem de entrar na casa durante a véspera de Natal. Aqueles que conseguiram garantiram que os eventos sobrenaturais eram reais. A vila manteve a tradição de deixar uma vela acesa em cada janela, como forma de guiar o espírito para fora de sua prisão. Mas até hoje, a Morada de Elmwood é um grande mistério.

Será que Jonathan ainda vagueia pelos corredores de sua mansão, ou sua presença é apenas um reflexo da memória coletiva da pequena vila?