Blog dos Espíritos
As virtudes: paciência
Paciência também é caridade
A paciência é uma virtude que se conquista através das inúmeras existências e experiências, com muito trabalho, tolerância e resignação. Consiste em manter um controle emocional equilibrado, sem perder a calma, ao longo do tempo. Basicamente de suportar e entender os erros ou fatos indesejados, os incômodos e as dificuldades de toda ordem, de qualquer hora ou em qualquer lugar.
O Evangelho Segundo o Espiritismo nos ensina que a paciência também é uma caridade e que devemos praticar a lei de caridade ensinada pelo Cristo, enviado de Deus, como podemos verificar na mensagem de um dos Espíritos Superiores da Codificação: “Sede pacientes. A paciência também é uma caridade e deveis praticar a lei de caridade ensinada pelo Cristo, enviado de Deus. A caridade que consiste na esmola dada aos pobres é a mais fácil de todas; outra há, porém, muito mais penosa e, conseguintemente, muito mais meritória: a de perdoamos aos que Deus colocou em nosso caminho para serem instrumentos do nosso sofrer e para nos porem à prova a paciência.
A vida é difícil, bem o sei. Compõe-se de mil nadas, que são outras tantas picadas de alfinetes, mas que acabam por ferir. Se, porém, atentarmos nos deveres que nos são impostos, nas consolações e compensações que, por outro lado, recebemos, havemos de reconhecer que são as bênçãos muito mais numerosas do que as dores. O fardo parece menos pesado, quando se olha para o alto, do que quando se curva para a terra a fronte. Coragem, amigos! Tendes no Cristo o vosso modelo. Mais sofreu ele do que qualquer de vós e nada tinha de que se penitenciar, ao passo que vós tendes de expiar o vosso passado e de vos fortalecer para o futuro. Sede, pois, pacientes, sede cristãos. Essa palavra resume tudo”.
Paciência é hábito
Não há problema que não possa ser solucionado. Aquele que não se altera diante da prova, não reagindo às provocações, desarticula os mecanismos do mal, colocando em prática as sugestões do bem. A Doutrina Espírita nos mostra que as causas dos males que nos afligem muitas vezes são reações a ações nossas, do passado, que se refletem no presente. Outras vezes são consequências de más escolhas que fizemos nesta vida mesmo, acreditando que passariam em branco. A paciência é um hábito que precisamos criar e cultivar. Somos impacientes por natureza e a impaciência é um costume também arraigado em nossa estrutura espiritual ao longo de nossas múltiplas existências.
Ter paciência é procurar compreender as causas e os motivos dos males e das dificuldades que enfrentamos para, com serenidade, tentar resolver da melhor forma possível a nova situação. É não se rebelar, não se desesperar. Treinar a paciência é adquirir paz, porque a paciência é a ciência da paz. Devemos nos esforçar para sermos pacientes e suportarmos os defeitos dos que nos cercam, porque nós também temos muitos defeitos e eles precisam ser suportados pelos outros.
Paciência e resignação para evolução
A resposta à questão 740 de “O Livro dos Espíritos” nos ensina que “os flagelos são provas que dão ao homem ocasião de exercitar a sua inteligência, de demonstrar sua paciência e resignação ante a vontade de Deus, e que lhe oferecem ensejo de manifestar seus sentimentos de abnegação, de desinteresse e de amor ao próximo, se não estiver dominado pelo egoísmo”.
A paz em nós não é produto de circunstâncias exteriores, mas da tranquilidade nascida do dever cumprido e da paciência frente ao que ainda não podemos entender e modificar.
Para colaborar no bem geral é preciso paciência para com todos, exemplificando o melhor de nós mesmos. A paciência não se harmoniza com a pressa, mas prossegue sempre confiante rumo aos objetivos traçados. Ainda que todos se revelem contrários à ação edificante que desenvolvemos, guardemos a paciência, entendendo e perdoando para prosseguirmos sem vacilações. Com paciência adquirimos todos os valores evolutivos do Espírito alcançado, assim, horizontes mais elevados. Se com paciência ainda não é fácil superar os obstáculos do caminho, com a irritação, azedume ou precipitação, apenas nos complicaremos ainda mais, sem solucionar os nossos problemas cristãmente.
A Doutrina Espírita nos esclarecendo acerca das Leis Divinas que regem nossa existência é a maior base de que podemos dispor para valorizar a paciência em todas as circunstâncias: na dor que nos visita, no relacionamento diário com o semelhante, no lar, na sociedade, no trabalho ou nas atividades do cotidiano. O espírita, portanto, deve saber ser paciente frente às provas pelas quais tem que passar, na certeza de que depois da tempestade vem sempre a bonança.
A paciência é o remédio de nossas vidas para vencermos todas as dificuldades físicas e morais. Foi exatamente o que Jesus exemplificou durante toda a Sua vida aqui na Terra, sendo Ele o modelo e guia oferecido por Deus à toda humanidade.
KARDEC, Allan. “O Evangelho Segundo o Espiritismo”; “O Livro dos Espíritos”.
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