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Cobra Norato: símbolo do folclore no Brasil

22/08/2024 09:28 - por Gisele Wommer

Essa é uma história famosa, contada e recontada pela região amazônica. No dia do Folclore Nacional vamos voltar nossos holofotes para a Lenda da cobra Norato.

Contavam os indígenas que Norato (ou Honorato em algumas versões) e sua irmã, Maria Caninana, nasceram de uma mulher que, ao dar à luz, teve gêmeos em forma de serpente. Desesperada, a mãe lançou os dois no rio. Norato e Maria Caninana cresceram como cobras encantadas, vivendo nas águas da Amazônia. Enquanto Maria Caninana era má e cruel, Norato era bondoso e se destacava por sua humanidade.

Norato tinha o poder de se transformar em humano durante a noite, quando saía do rio para passear pelas vilas ribeirinhas, participando de festas e encantando as pessoas com sua beleza e habilidades. No entanto, ele carregava uma maldição que o obrigava a retornar ao seu corpo de cobra e ao rio ao amanhecer.

A história também conta que Norato queria se libertar dessa condição. Para isso, ele precisava que alguém lhe quebrasse o encanto, derramando leite no seu corpo de cobra enquanto estivesse dormindo e golpeando sua cabeça com um facão. Finalmente, um homem corajoso conseguiu realizar essa tarefa, libertando Norato da maldição. A partir de então, Norato pôde viver como um ser humano comum, deixando para trás sua vida de serpente.

Significado Cultural
A lenda da cobra Norato é rica em simbolismo e está profundamente enraizada nas tradições orais da Amazônia. Ela reflete a relação estreita que as populações ribeirinhas têm com os rios e a natureza, além de abordar temas como a dualidade do bem e do mal, a busca pela liberdade e a transformação.

Essa lenda foi tema de diversas obras literárias, incluindo o romance "Cobra Norato" de Raul Bopp, publicado em 1931, que é uma das mais importantes expressões do modernismo na literatura brasileira.

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