Dengue avança e lota postos de saúde

A dengue avança em Cachoeira do Sul e já somava ontem, no painel da Secretaria Estadual da Saúde, 139 casos confirmados e outros 245 em investigação. Dos 139, 137 infecções ocorreram de forma autóctone, contraídas dentro de Cachoeira do Sul, comprovando a velocidade com que o vírus está circulando na cidade.

As 139 confirmações colocam Cachoeira no quinto lugar do ranking de casos da doença no Rio Grande do Sul e como 12ª no índice de contágio, com 474 pacientes infectados a cada 100 mil habitantes. A situação ainda de pré-epidemia é crescente, provocando grande procura por atendimento no horário estendido dos postos de saúde da Rua Conde de Porto Alegre (cidade baixa) e Centro Social Urbano (zona norte).

Na segunda-feira, os dois postos lotaram no horário estendido. Segundo a secretária municipal da Saúde Camila Barreto, a crise provocada pelo aumento dos casos de dengue coincidiu com a troca da temperatura e maior incidência também de infecções respiratórias, gerando uma média de 75 assistências por posto de saúde em operação das 17h às 21h.

EMERGÊNCIA E 1º ÓBITO
Esta alta procura acabou causando esperas e filas, já que o protocolo de atendimento determina avaliação de casos prioritários. Por consequência, houve sobrecarga de trabalho às equipes dos postos. “A situação de emergência pela dengue, o anúncio do primeiro óbito e a primeira onda das síndromes gripais do ano, sobrecarrega o sistema e precisamos de colaboração do público para que as equipes possam absorver a demanda de acordo com o manejo clínico indicado. Estamos empenhados em atender bem e com qualidade a todos os usuários”, acrescenta a secretária Camila.

BALANÇO
Dengue em Cachoeira do Sul
- 139 casos confirmados, 137 deles contraídos em Cachoeira
- 245 casos sob investigação
- 5º município do estado em número de casos confirmados
- Índice de contágio em 474 casos por cada 100 mil habitantes
- 12º município em índice de casos confirmados no Rio Grande do Sul
Fonte: Secretaria Estadual da Saúde

TRÊS PERGUNTAS

Para que será útil o decreto de emergência pela dengue?
Quem responde é a secretária Camila Barreto: “Com este alerta formalizado, poderemos obter os recursos adicionais, tanto do Estado como do governo federal, para fazer os investimentos que a situação nos exige, sendo um dos primordiais a ampliação das equipes de atendimento na saúde. Estamos vigilantes e atuantes”, completa.

Por que está havendo demora no atendimento do horário estendido?
Segundo Camila Barreto, o turno de atendimentos de saúde em horário alternativo, das 17h às 21h, foi criado com o propósito de ampliar o acesso da população aos serviços e visando agilizar a assistência nos casos suspeitos de dengue, doença que evolui rápido e demanda medidas imediatas de diagnóstico e tratamento. Entretanto, argumentam os profissionais de saúde, há grande procura por pacientes que não apresentam nem indícios de dengue e nem sintomas gripais. “Por isso são formadas filas e os casos que integram a rotina das unidades (e que poderiam ser verificados nos turnos da manhã e tarde) acabam esperando mais”, responde.

O início da vacina contra a gripe não ajudou nas filas?
Para a secretária, o início da imunização para a influenza na segunda-feira também colaborou para a alta demanda. "Foram 87 doses de vacinas aplicadas somente no horário adicional”, esclarece. No primeiro dia de vacinação foram aplicadas 963 doses nos sete postos de saúde da cidade.

HORÁRIO ESTENDIDO
Movimento nos postos de saúde na segunda-feira

CENTRO SOCIAL URBANO
- 25 atendimentos médicos e de enfermagem
- 5 aplicações de medicamentos
- 41 doses de vacinas

RUA CONDE DE PORTO ALEGRE
- 24 atendimentos médicos e de enfermagem
- 9 aplicações de medicamentos
- 46 doses de vacinas
Fonte: Secretaria Municipal da Saúde