Blog dos Espíritos

Desigualdade das riquezas

15/07/2024 09:24 - por Rosane Sacilotto sacilottorosane @gmai.com

A riqueza e a miséria
“A desigualdade das riquezas é um dos problemas que inutilmente se procurará resolver, desde que se considere apenas a vida atual. A primeira questão que se apresenta é esta: Por que não são igualmente ricos todos os homens? Não o são por uma razão muito simples: por não serem igualmente inteligentes, ativos e laboriosos para adquirir, nem sóbrios e previdentes para conservar.

É, aliás, ponto matematicamente demonstrado que a riqueza, repartida com igualdade, a cada um daria uma parcela mínima e insuficiente; que, supondo efetuada essa repartição, o equilíbrio em pouco tempo estaria desfeito, pela diversidade dos caracteres e das aptidões; que, supondo-a possível e durável, tendo cada um somente com que viver, o resultado seria o aniquilamento de todos os grandes trabalhos que concorrem para o progresso e para o bem-estar da Humanidade; que, admitido desse ela a cada um o necessário, já não haveria o aguilhão que impele os homens às grandes descobertas e aos empreendimentos úteis. Se Deus a concentra em certos pontos, é para que daí se expanda em quantidade suficiente, de acordo com as necessidades”. (O Evangelho Segundo o Espiritismo)

Em “O Livro dos Espíritos”, questões 814 e 815, os Espíritos Superiores da Codificação respondem por que Deus concedeu a uns a miséria e a outros a riqueza e qual das duas provas é a mais árdua para o homem: “Para experimentá-los de modos diferentes. Além disso, como sabeis, essas provas foram escolhidas pelos próprios Espíritos, que nelas, entretanto, sucumbem com frequência. A miséria provoca as queixas contra a Providência; a riqueza incita a todos os excessos”.

A difícil prova
Sobre a riqueza, “O Evangelho Segundo o Espiritismo” continua: “(...) pergunta-se por que Deus a concede a pessoas incapazes de fazê-la frutificar para o bem de todos. Ainda aí está uma prova da sabedoria e da bondade de Deus. Dando-lhe o livre-arbítrio, quis ele que o homem chegasse, por experiência própria, a distinguir o bem do mal e que a prática do primeiro resultasse de seus esforços e da sua vontade. (...) A riqueza é um meio de o experimentar moralmente.

Mas, como, ao mesmo tempo, é poderoso meio de ação para o progresso, não quer Deus que ela permaneça longo tempo improdutiva, pelo que incessantemente a desloca. Cada um tem de possuí-la, para se exercitar em utilizá-la e demonstrar que uso sabe fazer dela. Sendo, no entanto, materialmente impossível que todos a possuam ao mesmo tempo, e acontecendo, além disso, que, se todos a possuíssem, ninguém trabalharia, com o que o melhoramento do planeta ficaria comprometido, cada um a possui por sua vez.

Assim, um que não na tem hoje, já a teve ou terá noutra existência; outro, que agora a tem, talvez não na tenha amanhã. Há ricos e pobres, porque sendo Deus justo, como é, a cada um prescreve trabalhar a seu turno. A pobreza é, para os que a sofrem, a prova da paciência e da resignação; a riqueza é, para os outros, a prova da caridade e da abnegação”.

Assim, de acordo com a Doutrina Espírita, ambas as provas, da riqueza e da pobreza, são difíceis, porém necessárias ao aprimoramento moral. É preciso lembrar que as duas provas são situações temporárias que podem ser alternadas na mesma ou na próxima encarnação.

Riqueza e progresso
“Com efeito, o homem tem por missão trabalhar pela melhoria material do planeta. Cabe-lhe desobstruí-lo, saneá-lo, dispô-lo para receber um dia toda a população que a sua extensão comporta. (...) Mas, para os levar a efeito, precisa de recursos: a necessidade fê-lo criar a riqueza, como o fez descobrir a ciência.

A atividade que esses mesmos trabalhos impõem lhe amplia e desenvolve a inteligência, e essa inteligência que ele concentra, primeiro, na satisfação das necessidades materiais, o ajudará mais tarde a compreender as grandes verdades morais. Sendo a riqueza o meio primordial de execução, sem ela não mais grandes trabalhos, nem atividade, nem estimulante, nem pesquisas. Com razão, pois, é a riqueza considerada elemento de progresso”. (O Evangelho Segundo o Espiritismo)

Tesouros no céu
Desta forma, devemos nos lembrar que os bens da Terra pertencem a Deus, que os empresta ao homem, sendo este apenas o usufrutuário. Pensamos, então, qual seria o melhor emprego da riqueza, e encontramos a resposta nestas palavras: “Amai-vos uns aos outros”. Todo aquele que segue esse ensinamento acha aí o caminho correto a seguir. Na caridade está, para as riquezas, o emprego que mais apraz a Deus.

Lembra-nos O Evangelho: “Difunde em torno de ti, como os socorros materiais, o amor de Deus, o amor do trabalho, o amor do próximo. Coloca tuas riquezas sobre uma base que nunca lhes faltará e que te trará grandes lucros: a das boas obras. A riqueza da inteligência deves utilizá-la como a do ouro. Derrama em torno de ti os tesouros da instrução; derrama sobre teus irmãos os tesouros do teu amor e eles frutificarão”.

O Espírito Joanna de Ângelis, em “Vida feliz”, psicografia de Divaldo Franco, ensina: “A tua posse em relação aos bens terrestres é relativa. Num mundo transitório, no qual tudo passa, o que agora te pertence amanhã terá mudado de mãos. Usa, mas não abusa dos recursos de que disponhas. Não te escravizes ao que deténs por momentos, evitando-te sofrimentos quando se transfiram para outrem. Os únicos bens de duração permanente são os tesouros dos sentimentos, da cultura e das virtudes. Acumula tesouros no céu, ensina o Evangelho”.

Recordemos, assim, as palavras do Mestre Jesus mencionadas por Joanna de Ângelis e contidas no Evangelho de Mateus: “Não acumulem tesouros sobre a terra, onde as traças e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntem tesouros no céu, onde as traças e a ferrugem não corroem, e onde ladrões não escavam, nem roubam. Porque, onde estiver o seu tesouro, aí estará também o seu coração”.

KARDEC, Allan. “O Evangelho Segundo o Espiritismo; “O Livro dos Espíritos”.
FRANCO, Divaldo P. – Joanna de Ângelis (Espírito). “Vida feliz”.

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pobreza e riqueza

Jorge Antonio Alves de Almeida em 16/07/2024 às 13h36

Excelente texto da nobre espírita. Isto pra quem acredita no espiritismo, coloca uma pá de cal no comunismo/socialismo que prega igualdade entre todos. Nunca vai acontecer.

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