Blog do Mistério

Entre o ceticismo e o paranormal: o enigma do filme A libertação

05/09/2024 09:40 - por Gisele Wommer

Casa real dos acontecimentos. Créditos: divulgação.

Sucesso de críticas e de posts pela internet, o novo filme de terror da Netflix é inspirado em uma história real de assombração que divide opiniões nos Estados Unidos. Isto é um assunto para o Blog do Mistério.

A história real veio a público em 2014 quando uma mulher chamada Latoya Ammons procurou um jornal de grande circulação em busca de ajuda com os fatos que, segundo a própria, estavam acontecendo dentro de sua casa. Assim como o filme mostra, a casa era alugada e ela havia se mudado com os três filhos há pouco tempo, mas nenhum deles conseguiu se adaptar ao local.

Ammons relatou ao jornal que os fenômenos estranhos começaram em dezembro de 2011, quando enxames de moscas negras infestaram sua varanda, algo incomum para o inverno. Sua mãe confirmou que, apesar de matarem as moscas repetidamente, elas continuavam a reaparecer. Nos meses seguintes, os eventos supostamente se intensificaram na casa. Latoya afirma que seus filhos levitavam, eram arremessados pelos cômodos e falavam em vozes profundas e perturbadoras até mesmo em línguas desconhecidas. A presença da polícia e dos serviços de proteção infantil passou a ser frequente na casa, óbvio que eles não acreditavam em paranormalidade, mas monitoravam o tratamento da mãe para com os filhos.

Quando o relato veio a público, a casa ficou famosa. Embora muitos acreditassem, havia aqueles que questionavam a veracidade das alegações de Ammons. Em abril de 2012, uma denúncia anônima sugeria que a mãe poderia estar enfrentando problemas de saúde mental. Pouco depois, os três filhos foram levados para custódia temporária. Relatórios céticos de psicólogos indicaram que as crianças confirmavam as histórias narradas pela mãe.

Nem todos desconfiaram de Latoya, o reverendo Michael Maginot, de uma paróquia local, realizou nela três exorcismos no verão de 2012. As religiões propagam que os momentos de fraqueza deixam as pessoas mais suscetíveis a forças do mal. Após esses rituais e a mudança da família para uma nova casa, Latoya conseguiu retomar a custódia de seus filhos em novembro do mesmo ano e não há mais relato de nada incomum acontecendo em suas vidas.

O proprietário da casa alugada afirmou que nunca houve problemas antes ou depois de a família Ammons morar lá. Mas não teve mais sucesso nos negócios, pois a casa acabou se tornando o foco de um documentário, produzido por Zak Bagans, em 2018. Bagans, conhecido por um programa especializado em assuntos macabros, comprou e demoliu a casa em 2016, como parte da produção do documentário.

A história da família Ammons, assim como outras relacionadas a possessões, gerou grande controvérsia e alimentou debates sobre o que realmente ocorreu na casa. Apesar do imóvel não existir mais, estranhas ocorrências seguem sendo registradas na região. Independentemente de acreditarmos ou não no sobrenatural, a história da família Ammons não é a única com este teor e nem a primeira a virar filme. A verdade é que que algumas histórias deixam marcas que vão além das paredes de uma casa, perpetuando o mistério e o fascínio pelo desconhecido.

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