Falta de monitor preocupa mães

O Governo Leandro Balardin ainda não conseguiu resolver o problema da falta de monitores nas escolas municipais de Cachoeira do Sul. Algumas mães de crianças no transtorno do espectro autista já acionaram o Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência, que se reuniu com a Smed. A preocupação é com a falta de monitores em turmas de diversas escolas, como nas creches Marisa Timm Sari e Julia Tavares e nas escolas Dinah Néri e Getúlio Vargas. 

Para contornar o problema, a Prefeitura aprovou, na metade de fevereiro, a criação de 25 novos cargos de monitor e fez o chamamento dos aprovados no concurso. Só que nem todos se interessaram em trabalhar nas escolas do Município. 

Dos 25 chamados, somente sete entregaram documentação para atuar na Prefeitura até o momento. Para piorar, desde o início do ano, mais de um monitor pediu demissão por mês. Pelo menos cinco já se exoneraram do cargo a pedido. 

SALÁRIO BAIXO
Há tantos casos de demissão devido às dificuldades na atuação com casos mais severos de autismo, além da remuneração baixa - o salário básico do cargo é de R$ 1.559,35. A secretária de Educação Carla Zinn diz que entre alguns demissionários há aprovados em concurso para professor. Outro agravante da falta de profissionais são alguns servidores em licença por problemas de saúde. 

Carla diz que alguns chamados no concurso pediram prorrogação do prazo, que se encerra na próxima terça, para entrega de documentos para assumir como monitor na Prefeitura. “Após este período, novo chamamento será feito”, projeta a secretária.

Associação quer valorização da categoria
Ontem, a Associação dos Monitores de Cachoeira do Sul se reuniria com o prefeito Leandro Balardin às 14h no gabinete, mas a demanda de trabalho é tamanha nas escolas que o presidente da entidade, Rodrigo Sklar, teve de solicitar outro dia para o encontro, fora do horário de expediente. Ainda não há uma nova data. 

A associação quer respostas de Balardin sobre uma série de pedidos feitos no último dia 4 de fevereiro, de valorização da categoria. Os pedidos são de insalubridade para monitores que atuam nas escolas (hoje o benefício só é concedido aos funcionários de creches), equiparação salarial à remuneração de professores, e redução da carga horária de 40 para 30 horas semanais. Balardin já antecipou que diante do quadro financeiro da Prefeitura é inviável elevar o salário da categoria neste ano. 

ATENÇÃO
A presidenta do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência Alessandra Schultz deve acionar a promotoria regional de Educação, que determinou que a Prefeitura garanta monitores para o atendimento das crianças com TEA e outras deficiências na cidade. 

O RAIO X
148 monitores na rede escolar do Município 
- 110 estão nas escolas de educação infantil, as creches
- 38 estão nas escolas de ensino fundamental
- O número de monitores é maior nas creches porque os profissionais atendem também os alunos do berçário e maternal, além das crianças com deficiência

QUADRO
Exonerações de monitores

2025
5 até o momento. Segundo a Smed, quatro deles saíram para assumir cargos em outros concursos ou na iniciativa privada. 

2024
6 ao todo. 

2023
11 ao todo.

IMPORTANTE
Com a falta de monitores nas escolas e casos de crianças que necessitam de atenção individualizada devido a crises em decorrência de sua deficiência, algumas direções escolares têm sugerido a redução da carga de aula das crianças. A ideia seria que crianças que necessitam de monitor se revezem, umas estudando das 8h às 10h e outras das 10h ao meio-dia. Nem todas as mães aceitam a proposta devido à dificuldade de deixarem seus trabalhos para buscarem os filhos.