Blog dos Livros
História sobre um tabu
A morte é, sem dúvida, um dos principais tabus sociais. Religião, propriedade, escolhas individuais e até o mercado funerário atravessam o assunto que passa pelo universo particular de cada pessoa e afeta a sociedade como um todo. Esse é o ponto de partida de “Entre a vida e a morte, há vários documentos” (192 páginas), primeiro romance do mineiro Michael Maia, lançado pelo selo de publicação Paraquedas.
A obra retrata a história de um país que legaliza e controla uma nova descoberta: a droga da morte. O seu problema ou fascínio é que ela permite que todos tenham uma experiência fascinante instantes antes de morrer: rever amigos e parentes falecidos e, até, quem sabe, Deus. Depois dessa descoberta e de um grande surto em que uma horda de pessoas decide tirar a própria vida através do uso da droga, o governo regulamenta o uso do narcótico (ou da ciência, dependendo do ponto de vista).
Diante dos impactos disso na sociedade, o livro retrata também como a nova morte impacta diferentemente as diversas classes sociais, abrindo espaço para questionamentos. Como o governo escolhia quem a merecia ou não? Quem eles estavam tentando matar mais rápido? Por que um prédio de atendimento nunca era visto em bairros mais nobres?
“Entre a vida e a morte, há vários documentos” vai acompanhar a vida do casal Luzia e Tânia que, após serem diagnosticadas com um câncer terminal, decidem interromper o tratamento e se candidatarem ao uso da droga. Observa-se, então, o impacto da decisão em seus pais e, principalmente, em Antônio, o irmão mais velho de Luzia que trabalha justamente na empresa estatal que recebe e regula as aplicações de quem opta por morrer com o narcótico.
Mineiro, Michael Maia se formou em Jornalismo pela Universidade Federal de Viçosa, mas se viu insatisfeito com a área de comunicação. Escritor de produção rápida, tenta produzir um conto por semana para exercitar. Para escrever “Entre a vida e a morte, há vários documentos,” o autor conta que teve duas inspirações claras: o romance “1984,” de George Orwell, que retrata uma sociedade totalitária em que o Big Brother tudo sabe e tudo vê, e “As intermitências da morte,” romance de José Saramago, em que, um dia, a morte resolve parar de matar. Em sua próxima obra, Michel pretende trabalhar em um livro de terror-comédia com personagens LGBTs, brincar um pouco com temas da comunidade e puxar um pouco de nostalgia das músicas e vivências dos anos 2010-2015.
Trecho:
“Há cinquenta anos o mundo se deparou com a questão mais rejeitada por grande parte da sociedade ocidental: a morte. O grande tabu fora, aos poucos, rachado nos círculos sociais. Ao longo dos meses ouvia-se falar de algum conhecido que abusara do narcótico da moda e assim foi até o assunto entrar na casa de cada um. A passos lentos, mas contínuos, a morte foi chegando a todas as famílias, tornando-se um tema frequente e assíduo em todas as conversas –e ainda mais misterioso do que antes.”
(página 20)
MAIS VENDIDOS
Os três livros mais vendidos atualmente no país, segundo pesquisa feita pela revista PublishNews junto às livrarias físicas e virtuais, pertencem a autores brasileiros. Em primeiro lugar está “Ou vai ou voa,” de Hendel Favarin e Josef Rubin, seguido por “Tríade do poder,” de Márcio Micheli, e “Café com Deus Pai 2024,” de Júnior Rostirola. “Ou vai ou voa” fala sobre o mundo em constantes mudanças, onde traçar a rota para o sucesso profissional pode parecer bastante desafiador, já que o ensino tradicional não ensina a pensar e agir como os profissionais que mais destacam no mercado de trabalho. Neste sentido, o livro busca revelar os sete princípios essenciais para qualquer pessoa que almeja ver sua carreira decolar.
NOBEL DE LITERATURA
Considerada uma das maiores mestras do conto de todos os tempos, a escritora canadense Alice Munro morreu no último dia 14, aos 92 anos, em sua casa em Ontário, no Canadá. Vencedora do Prêmio Nobel de Literatura em 2013, sofria de demência há mais de dez anos. No Brasil, foram publicados alguns de seus livros: “O progresso do amor,” “Falsos segredos,” “Amiga de juventude,” “Vida querida,” “O amor de uma boa mulher,” entre outros.
Leituras:
“Uma pessoa arrogante se considera perfeita. Este é o principal dano da arrogância. Ela interfere na principal tarefa de uma pessoa na vida: tornar-se uma pessoa melhor.”
(Leon Tolstoi -09 de setembro de 1828/20 de novembro de 1910- escritor russo, reconhecido como um dos maiores de todos os tempos, autor, entre outros clássicos, de “Guerra e Paz,” “Ana Karenina” e “A morte de Ivan Ilitch.”
Destaques:
O LADO FEIO DO AMOR
Autora: Colleen Hoover
Quando Tate Collins se muda para o apartamento do irmão, em São Francisco, pronta a se dedicar ao mestrado em enfermagem, não imagina estar prestes a conhecer o lado feio do amor. Um relacionamento em que companheirismo e cumplicidade não são prioridade. Colleen Hoover, 44 anos, autora best-seller, vive no Texas com o marido e três filhos. Escreve principalmente livros que abordam como tema central traumas, violências e a romantização de relacionamentos tóxicos, ambientado no gênero romântico de ficção para jovens e adultos.
Editora Galera. 335 páginas. R$ 54,90.
A VOZ DAS NOVAS MENTES
Autora: Ingrid Cañete
Este livro, segundo a autora, tem como inspiração os horizontes que se alargam, cada dia mais, diante das infinitas e inovadoras possibilidades que um DNA muito mais ativado e com dons inscríveis das novas gerações Índigo, Cristal, Arco-íris e Estelar representam e sinalizam. São seres humanos com características muito distintas em intensidade, em plasticidade e em potencial de cura e de transformação rápida e instantânea. Ingrid Cañete é escritora, graduada em Psicologia, com diversas especializações, e autora de diversos livros, entre eles, “O brilho nos olhos,” “Crianças Índigo,” “Adultos Índigo,” “Crianças Cristal,” “Uma janela para os pais” e “Adolescente Cristal.”
Editora BesouroLux. 165 páginas. R$ 49,90.
(As obras apontadas no Blog dos Livros podem ser encontradas junto à Revistaria e Livraria Nascente, na Rua Saldanha Marinho, 1423, Cachoeira do Sul)
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