Sentir Jesus
No sábado último vivenciamos momentos de muita emoção e aprendizado durante o seminário do 26º Mês Espírita de Cachoeira do Sul. Uma presença maior pode ser sentida, Jesus estava cada vez mais vivo no coração de todos os presentes. Assim, vamos refletir um pouco mais sobre a presença de Jesus em nossos corações.

Todos nós, cristãos, mesmo que de diferentes religiões e crenças, podemos dizer que conhecemos um pouco daquilo que Jesus nos legou há mais de dois mil anos. Já ouvimos falar de muitas passagens de sua vida, descrita nos Evangelhos, e conseguiremos até citar algum acontecimento ou dito das Sagradas Escrituras. Porém, nem todos estudam e compreendem Jesus e seus ensinamentos. E podemos dizer que poucos podem dizer que realmente sentem Jesus, pois é o mais difícil.

Mas o que é sentir Jesus? Sentir é quando toda a sua mensagem faz sentido dentro de nós, na nossa consciência. Quando entendemos seus ensinamentos como verdades absolutas, como expressões das leis de Deus. Quando não encaramos mais os seus postulados como inacessíveis ou inatingíveis. Quando compreendermos que podemos nos esforçar para praticá-los e que não há regeneração possível sem o seguirmos. 

Sentir é ter a certeza de que Ele é o caminho que nos conduzirá a Deus e à perfeição, ao domínio de nossas imperfeições, das nossas dificuldades. Caminho que consiste em seguir seus passos, tentar pensar como Ele, fazer o que Ele faria em nosso lugar. Sentir Jesus é ter a certeza de que Ele está no comando, como preposto de Deus, governador espiritual do nosso planeta Terra. Nosso irmão maior, que nos tutela e nos ama incondicionalmente.

Esse momento é muito pessoal, individual. Representa um divisor de águas nas nossas vidas como espíritos imortais. Muitos de nós demoramos séculos e séculos para chegar a este momento, outros ainda não conseguiram atingi-lo. Mas uma certeza existe, todos nós chegaremos a este sublime momento.

Habitar nossos corações
No Sermão da Montanha, assinalado no Evangelho de Mateus, Jesus se pronuncia, registrando que o seu rebanho será formado pelos bons, pelos desprendidos, pelos verdadeiros pacificadores, pelos simples de coração. Esse reino de paz vai chegar. Para tanto, é preciso que façamos a nossa parte hoje, para que tenhamos a oportunidade de voltar ao Planeta numa próxima encarnação, para continuar a desenvolver o mesmo trabalho em torno do bem e em favor do próximo, evoluindo sempre.

Como diz o item 27 do capítulo 18 do livro “A Gênese”, de Allan Kardec, para que os homens sejam felizes sobre a Terra, é necessário que ela seja povoada apenas por bons Espíritos, encarnados e desencarnados, que apenas queiram o bem. E apenas vamos alcançar esse estágio quando realmente sentirmos Jesus em nossos corações. 

Com Jesus conhecemos a verdade que liberta. E a verdade, conta-nos o Espírito Amélia Rodrigues, conforme Jesus nos fala, é “o conhecimento de si mesmo, a autoafirmação no Bem, a transformação pessoal para melhor, com incessante esforço de superação das imperfeições, a busca da vida eterna, a saúde integral”.

E isso tudo só é verdadeiramente possível quando vivenciamos Jesus. Quando, em vez de apenas lermos os Evangelhos, eles serem exemplificados em nossas atitudes. Só acontecerá dentro de nós quando, a exemplo de Paulo de Tarso, o magnífico apóstolo difusor do Evangelho do Cristo amado, pudermos dizer do fundo de nossos corações: “Já não sou eu quem vive, é Cristo que vive em mim”. (Galátas, 2:20.)

Bíblia Sagrada, Ed. “A Bíblia de Jerusalém”.
KARDEC, Allan. “A Gênese”; “O Evangelho Segundo o Espiritismo”.
FRANCO, Divaldo P. – Amélia Rodrigues. “Pelos caminhos de Jesus”.