Blog do Mistério

Morte no cemitério

06/03/2025 08:28 - por Gisele Wommer giwommer@gmail.com

O título deste post vai remeter a um romance de Agatha Christie, mas infelizmente é pura realidade.

Era uma manhã nublada de outubro de 1872, o Cemitério Kensal Green, em Londres, preparava-se para mais um funeral. Entre os carregadores do caixão estava Henry Taylor, um homem de 60 anos, experiente em suas funções. O cortejo seguia lentamente pelas alamedas estreitas e úmidas do cemitério, com os enlutados acompanhando em silêncio respeitoso.

Durante o trajeto, ao realizar uma manobra para posicionar o caixão de cabeça, conforme a tradição da época, Henry perdeu o equilíbrio. O solo escorregadio, resultado da chuva recente, contribuiu para o acidente. Ele tropeçou em uma pedra solta, e, em um instante fatídico, o caixão escorregou das mãos dos outros carregadores, caindo diretamente sobre Henry. O peso combinado do caixão e do corpo dentro dele resultou em ferimentos fatais. 

A cena causou comoção entre os presentes. Os enlutados, já abalados pela perda que os reunira ali, ficaram atônitos diante da tragédia inesperada. A viúva do falecido, cujo corpo estava sendo transportado, entrou em estado de histeria ao testemunhar o ocorrido. O funeral, que deveria ser uma cerimônia de despedida solene, transformou-se em um cenário de caos e desespero.

Henry Taylor foi rapidamente levado ao University College Hospital, onde o Dr. Lancaster conduziu um inquérito sobre sua morte. As testemunhas, incluindo o chefe dos agentes funerários, relataram os detalhes do acidente. O veredicto final foi de "morte acidental", destacando a natureza imprevisível e trágica do incidente. Tudo isso está devidamente registrado e documentado nos arquivos históricos britânicos.

A tragédia lançou colocou em pauta as práticas funerárias da era vitoriana. A morte de Henry Taylor serviu como um alerta para a necessidade de procedimentos mais rigorosos e treinamento adequado para aqueles envolvidos em serviços funerários, este foi o legado do pobre carregar de caixões.

O destino de Henry Taylor foi marcado por uma ironia cruel.  Em uma época em que a morte era envolta em rituais e simbolismos, sua partida acidental tornou-se um dos funerais mais inusitados da história: uma despedida trágica e inesperada para alguém que passou a vida lidando com a morte.

 

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