A 85 DIAS DA POSSE
Não-voto vence há 4 eleições
Com candidatos demais, falta voto para legitimar o eleito
O não-voto, a soma das abstenções (ausentes no dia da eleição), votos brancos e votos nulos, venceu a quarta eleição consecutiva em Cachoeira do Sul. Desde 2012, passando por 2016 e 2020, os votos desperdiçados são maioria. Neste pleito foram 24.317 inutilizados, enquanto que o prefeito eleito Leandro Balardin colheu nas urnas 17.088 votos.
Este fenômeno atinge a governabilidade de um município, pois diminui a legitimidade do seu principal eleito. Com candidatos demais, os vencedores chegam ao poder com votos de menos. Em 2012 e 2016, foram cinco candidatos. Em 2020, sete candidatos. Este ano, seis.
MINORIA NA CÂMARA
Esta situação deixa confortável quem é contra o governo eleito. É a distribuição das cadeiras na Câmara Municipal que verdadeiramente reflete a proporcionalidade da eleição. O governante apenas numericamente chega à frente na votação, pois nunca consegue a maioria no Legislativo.
Boca de Urna
Tucanos em alta
1 - O PSDB dobrou sua representação na Câmara Municipal, passando de duas para quatro cadeiras. A reeleição de Magaiver Dias era pule de 10, como se diz no turfe. Ele mesmo admitiu que visitou de porta em porta em todos os bairros, exatamente a fórmula que dá certo para ser supervotado, tanto que foi campeão deste pleito, com mais de 2 mil votos.
2 - Ju Spolidoro era outra boa votação esperada. Ela e Magaiver foram tão bem que ajudaram a subir Ricardinho Machado, que teve o apoio da máquina eleitoral da Família Petrucci e da crescente família do ciclismo em Cachoeira, e Serginho Quoos, que fez popularidade como um dos condutores da Fenarroz. Os tucanos conseguiram um alicerce e tanto para o Governo Leandro Balardin. Com o MDB e o Podemos são seis votos. Faltam dois votos para a maioria.
Ana salva o PP
Ana Paula Melo esteve entre os eleitos desde o início da apuração e ficou imune à derrocada do seu partido, que cai de três para uma cadeira em quatro anos. Com uma campanha alegre, ela, que já foi assessora do vereador Marcelinho da Empresa, sabia o caminho das pedras e contou com a mobilização familiar. Derrubou três vereadores no caminho: Kader Saleh, campeão de votos em 2020 e terceiro suplente em 2024, Itamar Luz e Augusto Cesar. Decepcionante a votação do ex-vereador Luis Fernando Godoi, que contava com apoio de parte de sua equipe da Secretaria Municipal de Inclusão.
PRD cívico
Com apenas quatro candidatos, estava claro que seria uma campanha apenas cívica, que não foi salva nem pelo bolsonarismo. Refletiu na votação do prefeiturável Paulo Schwab, último colocado do pleito.
Cachoeira perde poder político
Não há qualquer desculpa. O dia foi de sol, com temperatura agradável, biometria na urna eletrônica funcionando às mil maravilhas, longe do fantasma da pandemia e fila zero em todas as seções. Mesmo assim, um terço do eleitorado cachoeirense não compareceu às urnas, uma abstenção recorde de 31,21%, 20.847 votos jogados fora. A grande verdade é que o eleitorado de Cachoeira do Sul é muito menor que os 67 mil cadastrados para votar. Foram apenas 46 mil votos válidos. No início do século, a contagem era em torno de 55 mil votos válidos. Se Cachoeira encolheu na população, obviamente encolheria no colégio eleitoral.
MDB sem Volny, mas com a agendinha dele
Carmem Figueiró e Marcelo: mesinha de campanha na esquina do Supermercado Tischler da 7 / DIVULGAÇÃO
O MDB cumpriu a lógica. Marcelo Figueiró manteve-se na faixa dos 900 votos e confirmou reeleição, trazendo como suplente a bem votada Adriana Palladino. Os Figueiró, decanos da política cachoeirense por três gerações, pela primeira vez não contaram com a ajuda do patriarca Volny, mas que antes de falecer deixou um roteiro de visitas e telefonemas que ele cumpria em todas as campanhas. Foi-se o histórico, mas ficou a agendinha, seguida à risca pelo irmão de Marcelo, Luciano Figueiró.
A propósito
Durante a campanha, a mãe de Marcelo, professora Carmem Figueiró, montou um escritório na Rua 7 de Setembro, em frente ao Supermercado Tischler. Deu certo. O restante da nominata do partido, entretanto, ficou muito abaixo dos 300 votos, o que impediu o MDB de conseguir uma segunda cadeira.
Novo tentou
O Partido Novo tinha poucos candidatos e teria de concentrar muitos votos para obter uma cadeira nem que fosse pela Lei Pompeo de Mattos (80% do coeficiente eleitoral). Faltou voto na estreia da sigla em Cachoeira. Rovani Peres e Juliana Bittencourt, entretanto, foram gratas revelações, ambos com mais de 400 votos.
Faltou gente no PSB para garantir uma cadeira
Os socialistas naturalmente teriam dificuldade de atingir o quociente eleitoral por terem poucos candidatos e muitos deles não figuraram entre as votações médias. Isto levou ao desperdício de duas grandes votações, a revelação Renato do Sindicato e o ex-vereador Igor Noronha. O partido deixa a Câmara onde já chegou a ter duas cadeiras. O ex-vereador Noeli Castelo mal passou dos 100 votos.
PL perdeu, mas venceu
O PL manteve sua força. Não faz o governo, mas tem uma das maiores bancadas e conta com um deputado estadual, Cláudio Tatsch. Daniela Santos e Jeremias Madeira confirmaram os prognósticos, mas Edimar Garcia foi uma grande surpresa, derrubando favoritos, como Leidy Festinalli e o vereador Antônio da Saúde. Outra revelação é o primeiro suplente, Paulo Buchecha.
Republicanos mantém a força
1 - O Republicanos cresceu. De duas cadeiras pulou para três, reelegendo Felipe Faller, que levou o voto bolsonarista da cidade, e Alex da Farmácia, que não sofreu efeito por ter sido da base governista de José Otávio Germano. A novidade é o retorno de Gilmar Vieira, nome bem cotado na comunidade de fiéis da Igreja Universal.
2 - As revelações são as suplentes Paola Brendler, que levantava as bandeiras da diversidade, do futebol feminino e do idoso, e a desconhecida Cíntia do Mercado, grande descoberta do presidente do partido, Oscar Sartório. Decepção foi a performance de Luis Paixão, que não pegou nem suplência direta.
Correria do PT
O partido foi um dos grandes vitoriosos da eleição. Não conseguiu nem preencher o total de vagas na nominata para vereador e foi um dos últimos a lançar candidato a prefeito. Mesmo assim, dobrou sua representação, de uma para duas cadeiras. A corrida foi inteiramente dominada por três candidaturas, a vereadora Telda Assis, a ex-vice-prefeita Mariana Carlos e a revelação Ryan Rosa. Um nome sobraria e foi Telda, agora primeira suplente. Belo trabalho também fez Mateus Menezes, segundo suplente. Todos os quatro fizeram mais votos que a eleita Telda de 2020.
PDT no meio do caminho
1 - Os brizolistas não conseguiram formar uma nominata completa à Câmara e ainda teve um nome impugnado judicialmente a poucos dias do voto. A decisão de não se juntar ao PT e lançar prefeiturável próprio era justamente para dar força ao 12 da urna eletrônica e puxar votos na legenda. Não deu certo.
2 - O ex-vereador Felipe Franja não chegou aos 500 votos e a ex-conselheira tutelar Leidinara Marques ficou abaixo dos 400. Leidinara foi prejudicada pela decisão das duas filhas (a outra é Leidy Festinalli) do ex-vereador Valdocir Marques em concorrer no mesmo pleito e ao mesmo cargo. Dividiram a força da família e ninguém se elegeu.
Podemos representado
Deu a lógica. Dudu Moysés foi reeleito (um dos únicos três a superar a marca de mil votos), ele que conta com o apoio de muita gente da comunidade da Igreja Embaixadores de Cristo e tem fortíssima presença no esporte. Como está cotadíssimo para o secretariado de Leandro Balardin, pode abrir vaga para sua primeira suplente, a advogada Ana Luísa do Piquiri. Chamou a atenção a baixa votação de Barão Garcia, suplente em 2020, que não ficou nem entre os três suplentes de Dudu. Vale lembrar que o Podemos também tem seu deputado estadual, Airton Lima.
UB não decolou
Outro partido que zerou e deixa a Câmara onde chegou a ter uma cadeira com o nome antigo de PSL. As esperanças Zé Loko e Mister Beco não chegaram aos 400 votos. 10 dos 16 candidatos (nominata completa) nem chegaram a 100 votos.
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