Blog da Poesia
Nome, Análise do poema de Arnaldo Antunes
NOME
Algo é o nome do homem
Coisa é o nome do homem
Homem é o nome do cara
Isso é o nome da coisa
Cara é o nome do rosto
Fome é o nome do moço
Homem é o nome do troço
Osso é o nome do fóssil
Corpo é o nome do morto
Homem é o nome do outro
Arnaldo Antunes
O inclassificável, Arnaldo Antunes afirma não pertencer a nenhum movimento ou conceito. Apesar de reconhecer sua influência concretista, o cantor, músico, poeta, entre outras coisas, vê sua arte como uma mistura de tudo. O músico e poeta criou no meio digital, uma ponte entre estas diferentes linguagens, quebrando de vez com a dicotomia literatura x música.
Sua arte evidencia a valorização do conteúdo sonoro e visual, possibilitando diversas leituras.
No poema “Nome”, o autor se utiliza da palavra como elemento de desconstrução da figura humana, o qual ele classifica e ao mesmo tempo o desclassifica de qualquer tipo de conceito (homem, moço, cara, algo, coisa, troço).
Este homem já perdeu toda sua identidade, tornou-se um vazio total. É um tudo e o nada em um mundo frio, subjetivo e impessoal.
Os vários conceitos do homem se expandem, chegando ao limite abstrato da existência, causando até mesmo certa estranheza.
O músico-poeta se utiliza de sua voz, de forma seca, em um tom quase agressivo, provocando uma sensação de impessoalidade.
Extremante original. Invulgar.
Encontrou algum erro? Informe aqui