Blog do Mistério

O Advogado do Drácula

01/08/2024 09:54 - por Gisele Wommer

No coração de uma Londres sombria, onde as trevas obscureciam até os cantos mais familiares da cidade, um homem de figura esguia e olhar penetrante caminhava pelas ruas silenciosas. Jonathan Harker, advogado respeitado e conhecido por sua perspicácia, tinha sido contratado para um caso peculiar, um caso que envolvia mais do que simples questões jurídicas. Ele fora convidado ao misterioso Castelo de Drácula, na desconhecida Transilvânia, para resolver assuntos de terras e propriedades. O Conde desejava adquirir uma mansão em Londres, com um hospício em atividade como lindeiro.

O convite, porém, era cheio de mistério. A carta, escrita em uma caligrafia antiquada e com tinta vermelha, trazia um perfume sutil de rosas murchas. Harker sentiu um calafrio percorrer sua espinha ao ler as palavras que o convidavam para um lugar onde o tempo parecia ter parado, onde segredos antigos aguardavam para serem desvendados. Ao preparar suas malas, ele não podia deixar de pensar na estranheza do pedido e na sensação de que algo sinistro o aguardava.

A viagem foi bela, porém longa e extenuante, cruzando vales e montanhas que pareciam tirados de um conto de fadas sombrio. Ao chegar ao castelo (ignorando os conselhos para dar meia-volta), Harker foi recebido por um homem alto e pálido, de traços aristocráticos e olhos que pareciam enxergar sua alma. O Conde Drácula. Havia algo perturbador em sua presença, uma aura de poder e mistério que fazia Jonathan questionar a natureza de seu anfitrião.

Durante a estadia, Harker percebeu que o castelo guardava segredos mais sombrios do que ele poderia imaginar. Portas trancadas, corredores que mudavam de lugar, e sussurros na escuridão começaram a atormentá-lo. Cada documento que ele analisava parecia estar impregnado com uma história de horror e morte. O Conde, com seu charme sedutor, comparava-se a uma figura saída das lendas, alguém que não pertencia ao mundo dos vivos.

Jonathan Harker logo se deu conta de que não era apenas um advogado lidando com propriedades, mas um peão em um jogo mortal de sombras e seduções. Sua busca pela verdade o levou a descobrir segredos ancestrais, onde o sangue, a noite, os morcegos e os lobos dominavam. Ele estava no limiar entre a razão e a loucura, entre o mundo dos homens e o domínio das trevas, onde o Conde Drácula reinava supremo.

A cada noite que passava, Harker sentia o cerco se fechar. Seus sonhos eram invadidos por imagens de horror, seus dias eram preenchidos com um medo crescente. No final, ele percebeu que a única maneira de escapar daquele pesadelo seria desvendar os mistérios do castelo e confrontar o próprio Drácula. Mas, para fazer isso, ele teria que mergulhar nas profundezas da escuridão e enfrentar o terror que residia no coração da Transilvânia.

Jonathan deixou o castelo, mas a figura sobre-humana o acompanhou e, com a ajuda involuntária e inocente do advogado que emergia na carreira, o Conde alçou outros voos e o terror deixou de ser restrito apenas ao seu castelo. A sociedade firmada entre o Conde e seu advogado prevalece, resistente e enérgica, através do passar dos séculos, para todo o sempre. 

 

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