Blog do Mistério
O festival de Ostara
Em épocas de Halloween e Natal o Blog do Mistério trouxe informações sobre o festival de Samhain, diretamente ligado à origem destas datas. Mas o Samhain não é o único festival que os povos primitivos costumavam a celebrar, ele marcava a época em que o hemisfério norte se preparava para receber o inverno rigoroso, os dias frios que chegariam e tornariam o sustento muito mais difícil. E quando esses dias frios finalmente iam embora? Eram chegados os tempos de Ostara.
Estes festivais eram sim pagãos, antes de falar sobre Ostara, vamos relembrar a origem da palavra pagã: vem do latim paganus, que significa da aldeia, do campo. A sabedoria pagã era aquela que vinha dos pagos, dos costumes das pessoas que lá viviam. Muitos anos depois, a palavra passou a ser associada a todas as religiões que não eram judaico-cristãs. Nosso foco aqui é o folclore e não a religião.
Ostara era um festival pagão que celebrava o equinócio da primavera, geralmente ocorria em torno de 20 ou 21 de março. Era um momento em que as pessoas reverenciavam a transição das estações, a renovação da vida e o despertar da natureza após o inverno no hemisfério norte.
A origem de Ostara remonta aos antigos povos da Europa, como celtas, saxões e nórdicos, que honravam a deusa germânica Eostre, associada à primavera e à fertilidade. Durante Ostara, eles realizavam rituais, festas e acendiam fogueiras para receber o sol e celebrar a renovação da vida.
Os símbolos de Ostara refletiam essa ideia de renascimento e fertilidade. Os ovos, por exemplo, eram comuns nessa festividade, representando a vida que se renovava. A lebre também era um símbolo recorrente, associada à fertilidade e ao crescimento.
Além dos símbolos, várias práticas eram realizadas durante Ostara. Muitas pessoas pintavam ou tingiam ovos, simbolizando a renovação. Outras plantavam sementes ou bulbos, marcando o início do ciclo de crescimento da primavera. As festas eram longas, pois marcavam o retorno do sol e o fim dos dias sombrios do inverno.
Ostara era mais do que uma simples festividade. Era um lembrete da constante mudança na natureza e na vida humana. Assim como as estações se alternam, as pessoas também enfrentam seus próprios períodos de escuridão e luz. A festa ensinava a encontrar equilíbrio e aceitar os ciclos da vida.
Além disso, Ostara conectava os povos profundamente com a natureza. Era um lembrete para apreciar a beleza e a magia que os rodeavam e para cuidarem da terra, sua fonte de vida. Em suma, Ostara era uma celebração alegre e lembrava do poder da renovação e dos ciclos naturais da vida. Qualquer semelhança com nossa Páscoa não é mera coincidência.
Feliz Ostara!
Que a vida se renove e os mistérios também.
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Morte no cemitério
O título deste post vai remeter a um romance de Agatha Christie, mas infelizmente é pura realidade.