Blog dos Espíritos
O papel dos apóstolos na missão de Jesus
Jesus escolhe homens comuns
A missão de Jesus na Terra transcende a narrativa histórica, assumindo um caráter profundo de ensino moral e espiritual. Nesse contexto, a figura dos apóstolos assume um papel de grande relevância. Eles foram os primeiros discípulos, não apenas no sentido terreno, mas também no espiritual, os primeiros a compreenderem o ensinamento de Jesus e a difundi-lo. Quando Jesus convoca seus apóstolos, não os chama apenas para uma missão de pregação, mas, sobretudo, para a transformação interior.
No “Evangelho Segundo o Espiritismo”, Allan Kardec destaca que os apóstolos eram homens comuns, com falhas e imperfeições, como todos nós, mas que, através do contato direto com Jesus, puderam se abrir para o amor e a compreensão divinos. Eles estavam, na essência, sendo preparados para algo maior: o conhecimento da verdadeira vida espiritual.
Emmanuel, em diversas obras psicografadas por Chico Xavier, nos lembra que Jesus não escolheu os mais eruditos ou os mais poderosos. Pelo contrário, Ele optou por pessoas simples, humildes e com corações abertos para aprender, para mudar. Como Emmanuel afirma em “Vinha de Luz”, “o Mestre, ao escolher Seus apóstolos, não procurou perfeição, mas sim disposição para a transformação. Ele sabia que, mesmo em suas fragilidades, eles seriam os canais da Boa Nova”.
Segundo a Doutrina Espírita, a missão de Jesus na Terra tinha como objetivo a reforma íntima e o esclarecimento espiritual da humanidade. Os apóstolos, em sua jornada, desempenharam um papel essencial ao se tornarem os primeiros reveladores da Boa Nova, os primeiros a experimentar o processo de reforma interior e a canalizar os ensinamentos do Cristo para as futuras gerações.
Divulgando os ensinamentos do Mestre
Na obra “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Kardec enfatiza que, após a morte de Jesus, os apóstolos foram responsáveis por perpetuar os ensinamentos do Mestre. Eles conseguiram transformar os ensinamentos em algo eterno, algo que transcenderia o tempo e as limitações físicas. A palavra de Jesus, através deles, se espalhou pelo mundo, criando as bases do Cristianismo, e, mais do que isso, o entendimento sobre o que realmente é o amor divino.
Nos fala Emannuel sobre como os apóstolos estavam inicialmente distantes do entendimento total da missão de Jesus. No entanto, à medida que foram sendo preparados, muitos deles, como Paulo de Tarso, tornaram-se grandes exemplos de perseverança e fé, cumprindo a missão de evangelizar e de vivenciar os preceitos de Jesus com profundidade e integridade. Para Emmanuel, a conversão de Saulo em Paulo é um dos maiores exemplos de transformação e da ação dos exemplos do Mestre Nazareno na vida de um ser humano.
A missão de Jesus não cessou com a morte de Sua forma física. O Espiritismo, conforme Allan Kardec apresenta em “O Livro dos Espíritos”, ensina que a verdadeira missão do Cristo não é apenas transmitir ensinamentos de amor e caridade, mas também esclarecer as Leis Divinas que regem o universo e a vida espiritual. Neste contexto, os apóstolos, como primeiros discípulos, tornaram-se os primeiros propagadores desses ensinamentos que, mais tarde, seriam revisados e esclarecidos pelo próprio Espiritismo, na sua Codificação.
Sejamos discípulos do Cristo
Em “Roteiro”, Emmanuel também nos diz sobre a importância dos espíritas na continuidade dessa missão. Ele nos alerta de que, assim como os apóstolos receberam de Jesus a incumbência de expandir Seu Reino de amor, os espíritas de hoje têm o dever de expandir o entendimento das Leis Divinas, que se revelam a cada dia mais através da comunicação com os Espíritos e dos ensinamentos contidos nas obras de Allan Kardec. A Doutrina Espírita nos convida a uma vivência mais profunda e conscienciosa do Evangelho, sendo, assim, continuadores da missão de Jesus.
Os apóstolos, depois da morte de Jesus, se tornaram não apenas mensageiros de Suas palavras, mas exemplificadores da Sua vida. Em todos os momentos de dificuldades, perseguições e sofrimentos, eles mantiveram viva a chama da missão divina, sendo capazes de doar suas vidas pelo amor a Cristo e ao próximo.
O Espiritismo, de forma semelhante, nos convida a viver o Evangelho no cotidiano, sem nos limitarmos à teoria, mas sendo exemplificadores da moral cristã. Kardec reforça que o verdadeiro cristão é aquele que busca, a cada dia, a transformação interior, à semelhança dos apóstolos, que, apesar de suas limitações, buscaram seguir os passos de Jesus. Através da psicografia de Chico Xavier, Emmanuel nos lembra que, assim como os apóstolos, somos chamados a viver o Cristo não apenas nos momentos de facilidade, mas também nas adversidades, sendo a verdadeira missão cristã aquela que se manifesta através do exemplo e da vivência do amor ao próximo.
Assim, entendemos que os apóstolos de Jesus, sob a ótica espírita, não são figuras lendárias ou irreais, mas são modelos e exemplos de transformação espiritual. Eles foram, por sua vez, os primeiros a viver os princípios do Evangelho e a servir de instrumentos para a propagação do amor divino. Sua missão, embora tenha se iniciado com a presença física de Jesus, não se limitou a isso. Hoje, somos chamados, como discípulos também, a seguir o exemplo desses apóstolos e a continuar a obra do Mestre, difundindo Seus ensinamentos e vivendo Sua moral em nossa própria vida.
KARDEC, Allan. “O Evangelho Segundo o Espiritismo”; “O Livro dos Espíritos”.
XAVIER, Francisco C. – Emmanuel. “Roteiro”; “Vinha de Luz”; “Boa Nova”.
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