ANÁLISE JP
O recado dos eleitores
Segunda rodada da pesquisa eleitoral da Casa Brasil aponta seus caminhos
Cada eleição possui sua própria narrativa e o candidato que não servia há quatro anos, pode liderar as pesquisas no pleito seguinte de tal forma a ponto de já se formar um conceito, dentro do próprio partido, de “já ganhou”. A pesquisa da Casa Brasil, publicada com exclusividade esta semana pelo Jornal do Povo, trouxe vários destes recados e também uma comprovação, a de que a posição dos votantes pode mudar muito em quatro anos.
Leandro Balardin, que trabalhou nos governos do PSDB em Porto Alegre, enfrenta sua quarta campanha a prefeito de Cachoeira do Sul. Nas três primeiras, ficou no teto de menos de 10 mil votos. Agora, a projeção é de passar de 20 mil. E nem precisou utilizar o fato de ser do mesmo partido do governador do Estado Eduardo Leite, com quem não tem relação próxima. Está sendo ajudado também pela dificuldade dos demais partidos em definir candidatos e alianças e pela coincidência de os gigantes do voto neste século em Cachoeira estarem fora do pleito: Sérgio Ghignatti, Marlon Santos e José Otávio Germano.
Ronaldo Trojahn, do PL, e Hilton de Franceschi, do Republicanos, tentam o posto de segundo colocado, fora do batalhão perseguidor, para criar condições de grenalizar o pleito contra Balardin. O problema já existia em 4 de abril, quando Trojahn ainda não estava na briga, e persiste em 10 de junho, dois meses depois. São 60 dias a menos para tirar a diferença para Balardin. O que aconteceu? Falta de leitura técnica do cenário. Quem vê os números tira como primeira conclusão que há candidatos demais. Aconteceu isso na disparada de Ghignatti em 2016 e se repetiu com José Otávio em 2020.
É certo que a superenchente travou negociações e atrasou a caminhada de alguns candidatos, como também é certo que o cenário oferecido ao eleitor não é suficiente para derrubar a popularidade de Bala. Será preciso repensar nomes e coligações. A entrada de Paulo Schwab na corrida colocou um ponto de interrogação sobre a transferência de popularidade de Jair Bolsonaro, 60% dos votos em Cachoeira do Sul no segundo turno de 2022, quase 30 mil votos. Porém, por enquanto, é apenas uma interrogação.
CAMINHO À ESQUERDA
A esquerda concorre sozinha, tentando reeditar uma Frente Popular. Como o próprio JP já escreveu, a indecisão de Sérgio Ghignatti (quase PSB), a mudança de estratégia do PT, retirando Telda Assis, e a surpreendente desistência de Azevedo da Susepe (PDT) jogaram a responsabilidade para Vinicius Cornelli, ex-vereador que estava retirado da política eleitoral. Há margem para crescimento, como a vinda do Iffar e do curso de Medicina, bem como a repercussão do Auxílio Reconstrução e, ainda, a possibilidade da cidade inteira poder sacar o FGTS por conta da calamidade. Dinheiro na mão de quem precisa sempre pode render popularidade.
O QUADRO
A eleição em Cachoeira, a 115 dias do voto
LEANDRO BALARDIN
PSDB/Podemos/PSD/MDB
- 4 DE ABRIL - 39%
- 10 DE JUNHO - 39%
ANÁLISE
- São três anos de campanha ininterrupta e um esforço para organizar o partido e mantê-lo mobilizado. Trabalha uma presença massiva diante dos eleitores, tanto que rendeu até memes na internet. Está dando certo. Mesmo sem nenhuma pré-promessa de campanha ou acordo de divisão de poder com aliados, mantém a maior diferença entre o primeiro e segundo colocado na história da pesquisa da Casa Brasil.
RONALDO TROJAHN
PL
- 4 DE ABRIL - Não participou, mas a representante do partido, Leidy Marques, fez 8%
- 10 DE JUNHO - 10%
ANÁLISE
- É o primeiro do batalhão perseguidor a chegar em dois dígitos desde as rodadas da pesquisa em 2023. A dificuldade de crescimento está na desconfiança do eleitor de que será mesmo candidato a prefeito e não está apenas aproveitando a onda para fortalecer sua tentativa de reeleição à Câmara Municipal ou, ainda, de ser a opção de vice em uma coligação do PL com outro partido de oposição, principalmente o Republicanos.
HILTON DE FRANCESCHI
Republicanos/União Brasil
- 4 DE ABRIL - 8%
- 10 DE JUNHO - 7%
ANÁLISE
- Já tem um bom tempo de lançamento e também jogou cartas na mesa para atrair o eleitorado mais à direita. Ainda não surtiu efeito. Passados dois meses da pesquisa anterior, mantém o mesmo índice de intenção de voto, perdeu o segundo lugar, embora o empate na margem de erro, e ainda não recebeu resposta positiva dos setores bolsonaristas. A esperança está na aliança que já começa a ser formada com o PL.
VINÍCIUS CORNELLI
PT/PSB/PDT
- 4 DE ABRIL - Partidos participaram separadamente. Telda Assis (PT) fez 5% e Azevedo da Susepe (PDT), 3%
- 10 DE JUNHO - 4%
ANÁLISE
- Lula deu uma resposta rápida no enfrentamento à superenchente do Rio Grande do Sul, o que poderia ajudar na alavancagem do PT por aqui. Entretanto, Cornelli está retornando de uma longa inatividade e terá de contar com a memória afetiva do eleitor de esquerda para voltar a ser referência. O partido está se esforçando, incluindo nos beija-mãos de ministros, mas não deu tempo de refletir nas pesquisas.
PAULO SCHWAB
PRD
- 4 DE ABRIL - Nem partido nem candidato foram incluídos no levantamento
- 10 DE JUNHO - 3%
ANÁLISE
- Último a entrar na corrida, já surge como um candidato para também aproveitar a onda bolsonarista em Cachoeira. Já tem a simpatia de dois setores, o Sindicato Rural, de grande influência sobre o agronegócio, um dos pilares de Bolsonaro, e os acampados da Praça das Nações, que está garantindo o seu vice, Chiquinho de Estofaria, um dos líderes do movimento de 2022. Não deu tempo de impactar a pesquisa.
- Ainda sem declaração oficial: Progressistas (6% em abril e 7% em junho para Angela Schuh, já desistente da eleição) e Novo. As datas são da publicação no Jornal do Povo impresso e www.jornaldopovo.com.br.
FICHA TÉCNICA
Pesquisas da Casa Brasil Editores
- Contratante: Jornal do Povo Ltda
- 350 entrevistas
- Margem de erro: 5,3 pontos percentuais para mais ou para menos
- Intervalo de confiança: 95%
- Responsável técnico: estatística Roselaine Baptista (Conre 8225)
- Primeira pesquisa: 1º e 2 de abril Registro RS-06487-2024
- Segunda pesquisa: 4 e 5 de junho Registro RS-00212/2024
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