Aokigahara é uma floresta japonesa que respira mistério. Cenário de filmes e séries de terror, ela existe e todas as lendas conhecidas internacionalmente têm muita explicação. Conheça:

Situada à sombra do imponente Monte Fuji, essa imensidão verde se estende por mais de 30 quilômetros quadrados, um labirinto denso onde a luz do sol mal consegue tocar o solo. O local é conhecido pelo silêncio, mas não é o favorito dos japoneses para meditação e relaxamento. Para os olhos desavisados, Aokigahara pode parecer apenas uma floresta comum, mas seus segredos se ocultam sob a terra vulcânica de seu solo.

Lendas dizem que, séculos atrás, durante tempos de fome, famílias abandonavam por lá seus entes mais fracos, condenando-os a uma morte solitária entre as sombras. Os espíritos desses desafortunados, chamados yūrei, ainda vagariam pelo bosque, perdidos entre o mundo dos vivos e dos mortos. Quem caminha por essas trilhas sente a estranha sensação de estar sendo observado, mas se fossem só estes espíritos de outrora, o problema seria bem menor.

Além das lendas, Aokigahara carrega um fardo ainda mais sombrio. Ela é conhecida como a Floresta dos Suicidas. Há décadas, pessoas aflitas escolhem esse lugar para seu último suspiro, atraídas pelo isolamento e pelo silêncio absoluto. Placas espalhadas ao longo das trilhas carregam mensagens de encorajamento, pedindo que os visitantes reconsiderem suas decisões e busquem ajuda. Mesmo assim, voluntários e policiais locais patrulham a floresta regularmente, encontrando evidências do destino de muitos que ali entraram e nunca mais saíram.

Existe uma cultura no local de carregar um fio colorido de um ponto inicial da entrada até o local onde a pessoa viveu seus últimos momentos, isto facilitaria para localização dos corpos. Imagine, em determinadas épocas, vários fios coloridos, se entrelaçando e seguindo muitas direções, indicando o paradeiro daqueles que desistiram de viver. Sinistro e triste!

Há relatos de bússolas que enlouquecem, apontando em direções erráticas, como se a floresta recusasse qualquer tentativa de orientação, isto a ciência explica que se dá pela proximidade com um vulcão e também justifica os fios coloridos. 

A geografia do local contribui para sua aura enigmática. O solo vulcânico, fruto das erupções do Monte Fuji, absorve o som de maneira incomum, criando um ambiente onde o próprio silêncio parece ter peso. Trilhas marcadas desaparecem de forma súbita, levando exploradores desavisados a se perderem entre as árvores, sem referência alguma para encontrar o caminho de volta. A ausência de vida animal em certas áreas reforça a sensação de um mundo suspenso no tempo, um território onde as regras do natural parecem se dobrar a forças invisíveis.

Apesar da fama sinistra, Aokigahara não é apenas um lugar de tragédia. Seu ecossistema único abriga cavernas de gelo, formações rochosas esculpidas pelo tempo e uma vegetação vibrante que, sob a luz correta, revela uma beleza hipnotizante. 
Guias experientes oferecem passeios pela floresta, conduzindo turistas por rotas supostamente seguras. No entanto, há quem diga que certos caminhos não devem ser trilhados, e que há lugares onde a floresta não quer visitantes.

Seja uma relíquia natural de beleza indescritível ou um portal para o desconhecido, Aokigahara atrai, aventureiros e almas inquietas. É um local cheio de histórias encerradas, um sussurro perdido no tempo, um depósito de almas, um antro de coisas inexplicáveis ou talvez tudo isso junto.

Nem todos os que entram na floresta encontram o caminho de volta, pelo menos não através do mundo dos vivos.