Blog dos Espíritos

Os espíritos protetores

22/07/2024 10:38 - por Rosane Sacilotto sacilottorosane @gmai.com

O anjo guardião
A Doutrina Espírita nos ensina que todos nós contamos com a ajuda de espíritos desencarnados, voltados ao bem, que por intuição buscam nos aconselhar e orientar nas boas ações e decisões. Assim, temos um anjo de guarda, que se liga a nós desde o nascimento e que nos toma sob a sua proteção até o nosso desencarne. Cumpre junto a nós a missão de um pai junto ao filho: a de nos conduzir no caminho do bem e do progresso, através das provas da vida. Ele se sente feliz quando correspondemos à sua solicitude, e sofre quando nos vês sucumbir. Seu nome pouco importa, invocamo-lo, então, como o nosso anjo guardião, o nosso protetor.

Além do nosso anjo guardião, que é sempre um espírito de condição evolutiva mais elevada que a nossa, temos os espíritos protetores, que, por serem menos elevados, não são menos bons e generosos. São Espíritos de parentes ou amigos, e algumas vezes de pessoas que nem sequer conhecemos na atual existência. Eles nos ajudam com os seus conselhos e frequentemente com a sua intervenção nos acontecimentos de nossa vida.

Deus nos deu um guia principal e superior em nosso anjo guardião, e como guias secundários os nossos espíritos protetores e familiares e, assim como os indivíduos, também os lares, as famílias e as coletividades contam com espíritos protetores, cuja elevação é sempre relativa à importância da tarefa que desempenha. Desta forma, toda instituição, trabalho ou tarefa possui uma equipe espiritual para auxiliar e proteger, desde que se destine ao bem, ao progresso e à evolução.

Sabemos que bastante complexa é a tarefa dos espíritos que nos amparam, pois suas assistências não devem ferir nosso livre-arbítrio. Assim, nos orientam, mas não determinam o caminho a ser seguido por nós; protegem-nos e nos alertam, no entanto, não impõem as decisões de devemos tomar, justamente para não tirar de nós o mérito de nossas descobertas e conquistas.

Sintonia com os protetores
Para termos um contato mais próximo desses protetores, devemos nos colocar em atitude de recolhimento íntimo e de oração sincera, elevando nosso padrão vibratório e a nossa capacidade de sintonia para com eles, pois é através da intuição que nosso espírito protetor atua, de maneira mais efetiva, alcançando nossa sensibilidade. É como se ele nos cochichasse algo, com a voz da nossa consciência nos sugerindo, por exemplo, o que devemos ou não fazer.

Mas, em razão de a intuição ser uma percepção rápida, momentânea e passageira, um lampejo súbito ou uma ideia que brota de forma inesperada, muitas criaturas não dão ao fenômeno maiores créditos, deixando, com isso, de atender a esses pensamentos mais íntimos. Entretanto, não é somente por meio dessa percepção que nosso anjo de guarda procura nos auxiliar. Existem outras maneiras, como nos ensina o Espírito Emmanuel: “Ora e pede. Em seguida, presta atenção. Algo virá por alguém ou por intermédio de alguma coisa, doando-te, na essência, as informações ou os avisos que solicites. Em muitas circunstâncias, a advertência ou o conselho, a frase orientadora ou a palavra de bênção te alcançarão a alma, no verbo de um amigo, na página de um livro, numa nota singela da imprensa e até mesmo num simples cartaz que te cruze o caminho. Mais que isso. As respostas do Senhor (e também de nossos guardiões, que nada mais são do que mensageiros de Deus), às tuas necessidades e petições, muitas vezes te buscam através dos próprios sentimentos a te subirem do coração ao cérebro ou dos próprios raciocínios e a descerem do cérebro ao coração”. 

Com essas palavras, podemos perceber que são muitos os caminhos de que a Espiritualidade Maior se utiliza para fazer chegar até nós tudo quanto necessitamos para a sustentação do equilíbrio e da firmeza diante dos vários desafios que a vida nos lança: consolo, advertência, energias salutares.

No entanto, existe uma determinada ocasião em que nossos espíritos protetores conversam diretamente conosco. Durante o sono físico, quando apenas nosso corpo repousa, o Espírito, liberto momentaneamente, recebe, se estiver receptivo, bons conselhos dos mentores e amigos espirituais. Com o hábito da oração, do estudo e da vigilância constante dos atos e pensamentos, voltando-nos sempre para o bem, abrimos nossos canais de comunicação, a nossa sensibilidade, e adormecemos predispostos a permitir que nossos espíritos protetores nos ofereçam uma orientação mais direta. Às vezes, nos lembramos vagamente de tal assistência, afirmando que sonhamos isso ou aquilo. Outras vezes, inconscientemente guardamos em nosso íntimo a orientação proporcionada e, no momento oportuno, podemos agir de acordo com aquela voz interior que nos disse para fazer algo ou mesmo para evitar determinada situação ou pessoa.

Vigiai e orai
Daí a importância da oração. Através dela temos a possibilidade de minimizar os efeitos de nosso desespero e sofrimento, das nossas aflições e descrença, e nos tornarmos mais receptivos às sugestões superiores. Também a importância de vigiarmos sempre nossos pensamentos, mantermos nossas vibrações elevadas, não nos deixando guiar pelas frivolidades da vida. Em nossas dificuldades cumpre-nos solicitar ajuda dos nossos guias protetores, os quais, em nome de Deus, nos auxiliam na superação de nossas provas. Desde que nos disponhamos ao trabalho edificante, ao estudo ou à prática do bem, contaremos sempre com ajuda dos espíritos protetores, em caráter individual ou coletivo, pois o Senhor auxilia aos homens através dos espíritos cumpridores dos seus desígnios.

No livro “Missionários da Luz”, André Luiz nos diz o que efetivamente nosso anjo de guarda espera de nós: “Os instrutores da verdade espiritual desejam, antes de tudo, a nossa renovação íntima, para a vida superior. Se apenas buscarmos consolação, sem adquirir fortaleza, não passaremos de crianças espirituais. Se procurarmos a companhia de orientadores benevolentes, tão-só para o gozo de vantagens pessoais, onde estará o aprendizado? Acaso não permanecemos, aqui na Terra, em lição? Teríamos recebido o corpo, ao renascer, apenas para repousar? É inaceitável que os nossos amigos da esfera superior nos venham suprimir a possibilidade de caminhar por nós mesmos, usando os próprios pés. Naturalmente, não nos querem os benfeitores do Além para eternos necessitados da casa de Deus e, sim, para companheiros de gloriosos serviços do bem, tão generosos, fortes, sábios e felizes quanto eles já o são. É importante sabermos e guardarmos a certeza de que todo ser humano, seja rico ou pobre, branco, negro ou amarelo, culto ou inculto, que professe alguma crença ou não, ou que até mesmo se declare ateu, está sob o amparo de um Espírito Protetor ou Anjo da Guarda”.

KARDEC, Allan. “O Evangelho Segundo o Espiritismo”.
XAVIER, Francisco C. – André Luiz. “Missionários da Luz”
XAVIER, Francisco C. – Emmanuel. “Coragem”, mensagem “Oração e atenção”.

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