Blog dos Espíritos
Os vícios e as virtudes
Conceitos e definições
A grande maioria dos Espíritos encarnados na Terra possui virtudes e vícios. Jesus é o único Espírito totalmente virtuoso que conhecemos, sendo considerado perfeito.
A virtude, no mais alto grau, é o conjunto de todas as qualidades morais essenciais que constituem o homem de bem. Ser bom, caridoso, trabalhador, paciente, humilde, são qualidades do homem virtuoso.
O vício, pelo contrário, é uma imperfeição da alma. Aquele que possui qualquer costume ou atitude repetitiva condenável, que prejudica a si mesmo ou outras pessoas é considerado um doente da alma. Ser egoísta, orgulhoso, invejoso, guloso, preguiçoso são defeitos daqueles que possuem vícios. Estes surgiram por causa do exagero de uma necessidade ou de um sentimento, ou seja, devido ao abuso do instinto de conservação.
Limites e prejuízos
Deus pôs limite à satisfação das necessidades, por meio da saciedade o homem é avisado desse limite, se o ultrapassa, faz pela sua própria vontade. As doenças, que daí podem resultar, provêm da sua imprudência, não de Deus. A cada um é concedido um corpo físico que deve ser mantido saudável.
Os vícios que causam prejuízo ao nosso corpo podem ser de dois tipos: os vícios materiais e os vícios morais. Os primeiros costumam causar graves problemas na sociedade, tais como: o alcoolismo, o tabagismo, a gulodice, e as drogas ilegais. Os outros também são considerados preocupantes e sérios, tais como: vício de mentir constantemente para nós mesmos e para os outros (falsidade), por não querermos tomar contato com a realidade; vício de nos lamentarmos sistematicamente (revolta), colocando-nos como vítima em face da vida, para continuarmos recebendo a atenção dos outros; vício de nos acharmos sempre certos (orgulho), para podermos suprir a enorme insegurança que existe em nós; vício incontido de gastar desnecessariamente (egoísmo), sem utilidade, a fim de adiarmos decisões importantes em nossa vida; vício de criticar e mal julgar as pessoas (maledicência), para nos sentirmos maiores e melhores que elas; entre outros.
Autoavaliação
Sabemos o que é virtude e o que é vício, mas como saber se estamos sendo virtuosos? Dispomos de alguns recursos que nos permitem esta avaliação. Dispomos da razão, da inteligência e do livre-arbítrio e, ligada a essa condição de escolha,
temos a vontade. Associada a esses fatores contamos ainda com a fé raciocinada que é a compreensão do nosso dever moral em relação a Deus e a nós mesmos.
Quaisquer que sejam os motivos e a origem de nossos velhos hábitos, é importante que façamos esforços para combatê-los. Uma ótima maneira de nos corrigirmos é cultivar constantemente o autoconhecimento, como por exemplo, analisar todos os dias as boas e más ações que realizamos, como bem nos exemplificou Santo Agostinho, que inventariava diariamente suas ações, ao deitar, para procurar a maneira de ser melhor no dia seguinte. Fazia uma lista daquilo que havia feito de bem e de bom, daquilo que não pôde fazer, do que poderia ter feito e não fez, e do que fez de mal. Isso não é complicado de executar e, com um pouco de vontade, também podemos fazer.
A caridade e o egoísmo
Em O Livro dos Espíritos, vamos encontrar o questionamento de Allan Kardec aos Benfeitores Espirituais: “Qual a mais meritória de todas as virtudes? Todas as virtudes têm seu mérito, porque todas são sinais de progresso no caminho do bem. Há virtude sempre que há resistência voluntária ao arrastamento dos maus pendores.
Mas a sublimidade da virtude consiste no sacrifício do interesse pessoal, pelo bem do próximo, sem segundas intenções. A mais meritória é a que se baseia na mais desinteressada caridade”.
Há pessoas que fazem o bem espontaneamente, sem que precisem vencer quaisquer sentimentos que lhes sejam opostos, isto ocorre pois são Espíritos que já progrediram. Do mesmo modo, nos mundos mais adiantados o sentimento do bem é espontâneo, porque somente habitam bons Espíritos. O mesmo se dará na Terra, quando a Humanidade houver se transformado, quando compreender e praticar a caridade no seu verdadeiro sentido.
A verdadeira caridade não possui interesse ou segundas intenções e jamais exige algo em troca. A grandiosidade desta virtude está no sacrifício do interesse pessoal, pelo bem do próximo. Mas toda virtude tem seu mérito próprio, porque todas indicam progresso no caminho do bem.
O egoísmo é a fonte de todos os vícios, como a caridade o é de todas as virtudes. Destruir um e desenvolver a outra, tal deve ser o alvo de todos os esforços do homem, se quiser assegurar a sua felicidade neste mundo, tanto quanto no futuro.
Já nos ensina O Evangelho Segundo o Espiritismo: “O egoísmo, esta chaga da Humanidade, tem de desaparecer da Terra, porque impede seu progresso moral. [...] O egoísmo é, pois, o alvo para o qual todos os verdadeiros crentes devem apontar suas armas, sua força, sua coragem. Digo: coragem, porque é preciso mais coragem para vencer a si mesmo, do que para vencer os outros. Que cada um, portanto, empregue todos os esforços a combatê-lo em si, certo de que este monstro devorador de todas as inteligências, esse filho do orgulho é a fonte de todas as misérias terrenas. É a negação da caridade e, por conseguinte, o maior obstáculo à felicidade dos homens”.
Assim, devemos avaliar o que deixamos crescer em nossos corações, os nossos vícios ou as nossas virtudes, e remodelemos agora mesmo nosso pensar e nosso agir, pois temos a “receita” pronta: o paradigma ser seguido é Jesus. O código, o Evangelho.
KARDEC, Allan – “O Livro dos Espíritos”, “O Evangelho Segundo o Espiritismo”.
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