Romance de estreia da sul-mato-grossense  Andressa Arce, “No dia em que não fui” (Editora Patuá, 85 páginas), baseado numa vivência da própria autora, narra a história de uma menina e  sua relação com a meia-irmã, que traçam no fio tenro da infância suas identidades.

Com prefácio assinado pela jornalista e psicanalista  Gabrielle Estevans, a obra fala sobre a  relação entre as duas meninas  e o convívio brutalmente interrompido  por um suicídio. O livro é dividido em três partes:  “A meia-irmã da filha única,” “A filha única sem meia-irmã” e “ O punho, ainda.”  

Esta segmentação evidencia o arco  vivenciado pela narradora. O que no início  era fascínio  de uma criança  pela vida agitada  e instigante da irmã adolescente,  transforma-se em uma busca  de sobrevivência  diante daquela ausência, numa tentativa de lidar com impulsos  autodestrutivos, para, por fim, encontrar a conciliação  com a  falta daquela que se foi.

Na última parte da obra, a protagonista Alice escreve uma série de cartas para a irmã, Liana. Esses textos, concisos mas repletos de significados, são uma forma de  dar futuro a uma relação que não teve a possibilidade de se estender no tempo.

Andressa Arce nasceu em 1984 e  descreve que cresceu em Campo Grande (MS)  entre a beleza  e  a  crueza das histórias da fronteira, o surrealismo pantaneiro  e a  realidade urbana, que se deixa pintar de vermelho pela poeira do planalto de Maracaju. É bacharel  e mestre em Direito  pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Na carreira jurídica atuou como advogada e analista em Direito no Ministério Público da União. Atualmente é defensora pública federal.

“No dia em que não fui” marca sua estreia no mundo literário.  A obra começou a  ser escrita em janeiro de 2024 e  ganhou corpo a partir de mentoria com a jornalista e psicanalista Gabrielle Estevans, idealizadora do projeto Escriterapia.

Trecho:
“Andressa, como todos nós e  ainda bem, está condenada à linguagem. Presa, prisioneira, sentenciada:  seu No dia em que não fui é uma tentativa, fortuita, de transgressão, de delinquência, de infração. E para contar essa  história endurecida, debruça-se  numa atividade escrevedora que aposta não nos grandes  acontecimentos, mas na pequeneza do cotidiano. Seu livro de lançamento é a travessia própria do Rubicão: um ponto de não retorno. Escreve para espiar, que nem criança arteira, o que está por vir.”
(prefácio da jornalista e psicanalista Gabrielle Estevans)

LIVROS DE COLORIR
De  acordo com recente levantamento do portal PublishNews, entre os 20 livros mais vendidos em livrarias brasileiras 12 são de colorir. Os dados de 39 redes e livrarias brasileiras entre os dias 24 de fevereiro a 30 de março de 2025 foram divulgados na última sexta-feira. 

GUIA SOBRE PORTO ALEGRE 
Organizada pelo Instituto Ling, acaba de ser lançada uma publicação turística de bolso denominada “Guia Porto Alegre Criativa,” mostrando de forma inédita e  abrangente a  rica e  diversificada vida criativa da capital gaúcha.  São indicados 80 espaços culturais, parques, teatros, galerias, palcos artísticos, museus, referências gastronômicas, além de lugares expoentes de arquitetura da cidade. A seleção foi de um grupo de curadores formado por profissionais experientes e  reconhecidos em diversas áreas.

Leituras:
“O mais feroz dos animais domésticos é o relógio de parede: conheço um que já devorou três gerações da minha família.”
(Mário Quintana, 30 de julho de 1906/5 de maio de 1994, poeta, tradutor e jornalista brasileiro nascido em Alegrete, Rio Grande do Sul,  um dos mais importantes poetas do país,  com uma linguagem simples, mas extremamente poética e  reveladora dos sentimentos humanos). 

Destaques:

ADRENALINA DO AMOR

Autora: Mônica Cristina

Terceiro livro da série “Paixões Gregas,” que conta a história de  quatro irmãos Stefanos. Nesta obra, o protagonista é Ulisses, terceiro irmão Stefanos. Ele tem uma personalidade que mais destoa dos irmãos: é descontraído, engraçado, desejando viver tudo que a vida pode oferecer. Até o dia em que conhece Sophia, diferente  de tudo que Ulisses  acredita que uma mulher poderia ser.
Editora JMV. 347  páginas. R$ 50,13.              

A LANÇA DE ANHANGÁ       

Autor: Ricardo Kaate Lima

Lançado no segundo semestre do ano passado,  este livro de contos foi vencedor do Prêmio Literário Cidade de Manaus, de 2022. Ambientados numa Amazônia futurista, os contos de Kaate Lima  colocam o leitor entre “as guerras  lunares de Phobos e Europa”  ou em “algum  lugar entre as Trevas  Exteriores  e as Terras Devastadas.” No centro dos acontecimentos, passados  numa cidade semidestruída  chamada Manaus, há nos contos o confronto  entre o agente federal  Heitor Navarro e  Anhangá, o senhor das trevas, sugador de almas. O pano de fundo  é um país  dominado pelo autoritarismo  nazifascista.
Editora Cachalote. 134  páginas. 

(As obras apontadas  no Blog dos Livros podem ser encontradas   junto à Revistaria e Livraria Nascente, na Rua Saldanha Marinho,   1423, Cachoeira   do Sul)