Blog do Mistério
Sara Winchester: a mulher que tentou enganar os espíritos
Ela é uma figura histórica, nasceu em 1839 e faleceu em 1922, nos Estados Uni-dos. O legado misterioso de sua existência bem como da mansão que leva seu nome, intriga historiadores até hoje.
Herdeira de uma imensa fortuna proveniente da indústria de armas, Sara tornou-se uma figura lendária, uma mulher que passou décadas da sua vida em uma constru-ção contínua e sem fim. O que levou essa mulher, rica e reclusa, a dedicar sua vida a uma casa que mais parece um quebra-cabeça de sonhos febris? Esta é a pergunta que assombra historiadores e curiosos há mais de um século.
Após a trágica perda de seu marido, William Wirt Winchester, e de sua única filha com apenas um mês de vida, Sara foi dominada por uma dor profunda que a afastou da vida pública. Em meio ao seu luto, ela procurou respostas em um médium espiritualista que a convenceu de que a família Winchester estava amaldiçoada pelas almas daqueles que haviam sido mortos pelas famosas armas de fogo fabricadas pela empresa de seu marido. A solução, segundo o médium, era construir uma casa sem nunca parar, para que os espíritos não encontrassem descanso e, assim, não a atormentassem.
Com essa orientação em mente, Sara mudou-se para San José, Califórnia, e inici-ou a construção da Mansão Winchester em 1884. Durante 38 anos, operários trabalha-ram dia e noite, adicionando quartos, corredores, escadas e portas. O resultado foi uma casa de arquitetura bizarra, com escadas que não levam a lugar algum, portas que se abrem para paredes sólidas e janelas que dão para outras salas. A cada dia, a mansão crescia de maneira mais confusa e labiríntica, refletindo talvez a própria mente perturba-da de Sara.
Muitos dizem que Sara era guiada por espíritos durante suas sessões noturnas de planejamento, desenhando novas adições e modificações para a casa. Outros acreditam que ela estava simplesmente tentando lidar com sua dor e solidão através da construção interminável. O que é certo é que a mansão se tornou única no mundo, uma metáfora física a mente atormentada de sua dona, um monumento à sua busca incessante por paz e segurança em um mundo onde sentia-se constantemente assombrada.
A mansão, hoje uma atração turística, continua a fascinar e intrigar aqueles que a visitam. Os guias turísticos relatam estranhos eventos inexplicáveis, sussurros nos corre-dores vazios e aparições fantasmagóricas. Há quem acredite nos fantasmas e há quem diga que não passa do fomento para um negócio lucrativo. Mas o fato é que tudo existiu e parte ainda existe, a história e as trevas se misturaram mais uma vez neste caso, dei-xando de legado um bocado de lendas bem fundamentadas.
A lenda de Sara Winchester vive nos relatos daqueles que acreditam ter sentido sua presença, ainda presa a sua criação, ainda tentando confundir os espíritos que a perseguem. A casa, com seus 160 quartos, 950 portas, 10 mil janelas, mais de 40 escada-rias e inúmeros segredos, é um testemunho do poder do medo e do luto. Apesar de ser uma obra surpreendente é muito triste.
Sara Winchester faleceu em 1922 enquanto dormia em sua confortável cama na mansão, mas deixou um legado que continua a intrigar e assustar.
Seu nome está eter-namente ligado à mansão que construiu, um labirinto de mistérios que parece desafiar a lógica e a razão. A pergunta que permanece é: foi a mansão um refúgio ou uma prisão? Um lugar de tormento ou de proteção? Somente os corredores silenciosos e os quartos escuros da Mansão Winchester talvez conheçam a verdadeira resposta. Sara nunca dis-se a ninguém se conseguiu enganar os espíritos ou se foi enganada por eles.
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