RASTRO DE DESTRUIÇÃO
Superenchente expõe o drama do Cristo Rei
Programas financeiros de ajuda são essenciais para a comunidade
Grande parte dos moradores de áreas alagadas pela cheia do Rio Jacuí estão de volta as suas casas no Bairro Cristo Rei, a comunidade mais atingida com 28 das 74 residências destruídas pela enchente histórica em Cachoeira do Sul. Alguns deles ainda estão desolados por terem perdido tudo quando a água invadiu as residências, deixando um rastro de destruição sem precedentes ao danificar eletrodomésticos e móveis, que ontem ainda estavam amontoados em algumas ruas, em pilhas de entulhos da altura de casas. É um processo de limpeza e reforma das residências que ainda vai demorar semanas para ser concluído, agora que o Jacuí saiu novamente da cota de inundação em Cachoeira do Sul.
Moradora da Rua São Carlos, a auxiliar de limpeza Sônia Mara Silva dos Santos, 41 anos, nasceu e sempre morou no Cristo Rei, onde ao longo de sua vida testemunhou o drama da comunidade com as cheias do Rio Jacuí. Dessa vez, quando o nível chegou ao recorde de 29,55 metros acima do nível do mar na Barragem do Fandango, a casa onde Sônia viveu com os quatro filhos ficou submersa pela primeira vez. “Eu nunca imaginei que um dia a água poderia chegar na minha casa”, desabafa Sônia, que perdeu móveis como roupeiro, armários, camas e colhões, além de televisão.
De acordo com Sônia, que estava se recuperando da dengue quando a enchente iniciou no final de abril, assim que a água começou a avançar sobre a Rua São Carlos a Defesa Civil fez um alerta aos moradores que seria preciso sair de casa. Como ainda estava debilitada e acreditava que a água não chegaria na sua casa, Sônia demorou algumas horas para iniciar o processo de saída da residência para ser hospedada por um irmão no Bairro Xangrilá. Quando os agentes fizeram um novo alerta, Sônia decidiu sair com a família durante a madrugada, após colocar os móveis em uma peça mais alta em relação ao nível dos outros cômodos da casa. No entanto, a medida preventiva não teve o efeito esperado, pois a inundação chegou a cerca de dois metros na rua residência.
OITO DIAS
Sônia e os filhos ficaram desalojados por oito dias até poderem voltar para a casa e retomar a vida no Cristo Rei. Ela observa que a sua renda do trabalho em uma empresa da cidade é complementada com os R$ 400,00 que recebe do programa Bolsa Família, mas que somando os dois valores o montante não chega a R$ 2 mil. O dinheiro é destinado para alimentação e para o pagamento das contas de água e energia elétrica. “Não sobra nada. Recebi esta semana e ainda não paguei a água e a luz, e me sobrou apenas R$ 20,00”, revela Sônia. Ela espera ser beneficiada nos programas de ajuda financeira como Auxílio Reconstrução, Volta por Cima e Saque Calamidade do FGTS para comprar móveis e reformar a casa, pois em uma parte da residência o piso cedeu durante inundação. Enquanto isso, ela conta com doações da comunidade e da Prefeitura.
Senhora saiu de casa com a água no peito
Sônia Maria: espera receber ajuda dos programas assistenciais para se reestruturar
A dona de casa Sônia Maria Soares de Castro, 63 anos, reside com o esposo, o aposentado Ciro Mendes de Castro, 66 anos, em uma pequena casa na Rua Santo André, no Bairro Cristo Rei. Há cerca de 20 anos morando na comunidade, ela sempre testemunhou enchentes, mas jamais imaginou que um dia a sua residência seria invadida pela água e ficaria submersa. Neste ano, a enchente surpreendeu Sônia, que precisou deixar a casa com o esposo acamado quando a água atingia o seu peito.
Foram cerca de três semanas vivendo na casa de um filho no Bairro Cohab até poder retornar para o Cristo Rei, onde teve de remover os entulhos de móveis e eletrodomésticos deixados pela enchente. Ontem, parte da montanha de lixo ainda estava na frente de sua casa. “A gente está vivendo. Ganha uma coisa de um, outra de outro. O salário que o meu esposo recebe mal dá para a comida e os remédios. Nem as fraldas ganhamos mais na Liga (Secretaria da Saúde)”, desabafa Sônia. Ela tem a esperança de receber os auxílios financeiros da União e do Governo do Estado para reestruturar a casa.
ATENÇÃO
O Rio Jacuí segue baixando e amanheceu ontem 21,10 metros acima do nível do mar na Barragem do Fandango, fora da cota de inundação em Cachoeira do Sul. A redução do nível da água acelerou durante o final de semana, com média de 3,3 centímetros por hora sob a Ponte do Fandango, onde fica a régua usada pela Pampulha Engenharia, operadora da Barragem do Fandango.
Exército de Cachoeira segue ajudando o RS
Exército: tropas em missão pelo estado, ajudando Canoas, Eldorado e Candelária / Divulgação
Tropas do 3° Batalhão de Engenharia de Combate de Cachoeira do Sul seguem em missão para ajudar as cidades castigadas pela enchente no Rio Grande do Sul. Neste sábado, militares da unidade trabalharam na limpeza e remoção de entulhos de uma escola no Bairro Mato Grande, em Canoas. Em Eldorado do Sul, um pelotão trabalhou no recolhimento de entulhos nos bairros afetados pela cheia que deixou um rastro de destruição na cidade.
Na sexta-feira, em Candelária, os militares instalaram uma nova passadeira para pedestres no Balneário Carlos Larger. Na semana passada, em um repique da enchente do Rio Botucaraí, uma passarela flutuante foi arrastada pela correnteza. Ela já havia sido interditada preventivamente pelo Exército antes de ser danificada.
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