Blog dos Espíritos

Tríplice aspecto da Doutrina Espírita e a fé raciocinada

03/02/2025 09:35 - por Rosane Sacilotto sacilottorosane @gmai.com

Ciência, filosofia e religião
Allan Kardec nos apresenta a Doutrina Espírita sobre o tríplice aspecto, que se manifesta através da religião, da ciência e da filosofia. O Espiritismo não se limita a um campo de estudo ou prática, mas abrange esses três pilares de forma integrada. Como ciência, o Espiritismo busca investigar e compreender os fenômenos espirituais por meio da observação e da razão.

Como filosofia, oferece uma interpretação lógica e coerente sobre a vida, a morte e o destino da alma, além dos princípios e das questões que regem a moralidade humana. E como religião, a Doutrina dos Espíritos nos reconecta a Deus, nosso Criador, através da lições do Evangelho e do exemplo vivo de Jesus, a nos convidar às atitudes de amor e caridade, seguindo as Leis de Deus.

Fé raciocinada é fé inabalável
A Doutrina Espírita é um convite à reflexão e ao entendimento profundo das questões espirituais, e, entre seus princípios fundamentais, destaca-se a fé raciocinada. A fé, segundo o Espiritismo, não é uma crença cega ou irracional, mas uma confiança fundamentada na razão, que surge da análise e da experiência.

Allan Kardec, nas cinco obras básicas da codificação, nos instiga a usar o raciocínio para compreender os fenômenos espirituais, rejeitando a ideia de um dogma imutável e incerto. Em “O Evangelho Segundo o Espiritismo” e “O Livro dos Espíritos”, ele nos ensina que a fé deve ser alicerçada no conhecimento, no estudo e na experiência pessoal.

A fé raciocinada é uma fé que se baseia na razão e na experiência, conforme a compreensão de que o conhecimento não é só passível de aceitação, mas deve ser também questionado, analisado e, sobretudo, comprovado. O Espiritismo, como um corpo de ensino que busca explicar a natureza espiritual do ser humano, nos convida a desenvolver uma fé que evolui junto com o nosso conhecimento e entendimento do mundo espiritual.

Kardec e o crivo da razão
Em todo trabalho da Codificação Espírita, Kardec submeteu as respostas que recebia ao crivo da razão, princípio segundo o qual devemos usar a razão para avaliar e aceitar as verdades espirituais. O codificador argumenta que os fenômenos espirituais não devem ser aceitos sem questionamento, mas devem ser analisados criticamente. O crivo da razão é, portanto, um filtro que nos permite discernir aquilo que é verdadeiro do que é ilusório, assegurando que nossa compreensão sobre o mundo espiritual esteja sempre em consonância com o bom senso e a lógica.

Assim, a Doutrina Espírita não nos convida a ter uma fé cega ou irracional, aceitando a tudo sem entender e sem questionar, mas uma fé que se fortalece através do raciocínio, do estudo e da experiência. Ela nos ensina a usar a razão como instrumento de discernimento, a compreender o mundo espiritual sob múltiplos aspectos e a viver de acordo com os princípios morais que conduzem à verdadeira evolução do espírito.

A fé raciocinada, forte e com suas bases inabaláveis, nos permite crescer em compreensão e em prática, guiados pelos ensinamentos profundos e transformadores do Espiritismo, pelo exemplo do Mestre Jesus e de acordo com as Leis Morais.

KARDEC, Allan. “O Evangelho Segundo o Espiritismo”; “O Livro dos Espíritos”.

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