Blog dos Espíritos

Viva a vida, seja vida

16/09/2024 10:54 - por Rosane Sacilotto sacilottorosane @gmai.com

A vida e seu objetivo
Ao buscarmos no dicionário o significado da palavra “vida”, encontramos a seguinte definição: “é a propriedade que caracteriza os organismos cuja existência evolui do nascimento até a morte”. Se direcionarmos nossa pesquisa para “O Livro dos Espíritos”, encontraremos, na resposta da questão 63, o conceito apresentado pelos Espíritos da Codificação: “… a vida é um efeito devido a ação de um agente sobre a matéria. Esse agente, sem a matéria, não é a vida, do mesmo modo que a matéria não pode viver sem esse agente. Ele dá a vida a todos os seres que o absorvem e assimilam”.

Esta explicação nos faz compreender que, para existir a vida, é necessária a ligação de um princípio inteligente a um corpo material, sendo este, assim, vitalizado e, consequentemente, passando a viver na materialidade, interagindo em seu meio de relação, inicialmente familiar e, posteriormente, social. E quando pensamos na “ação de um agente sobre a matéria”, estamos falando do espírito, a centelha divina, em processo de materialização junto ao corpo físico pelas bênçãos da reencarnação, por um determinado período de tempo, adequado às suas necessidades espirituais, dentro de uma programação de aprendizados, correções e reparos ao longo da sua existência.

Mas qual seria o objetivo desta ligação? Por que reencarnamos? A resposta a estes questionamentos vamos encontrar mais adiante, na questão 132: “Deus lhes impõe a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição. Para uns, é expiação; para outros, missão. Mas, para alcançarem essa perfeição, têm que sofrer todas as vicissitudes da existência corporal: nisso é que está a expiação. Visa ainda outro fim a encarnação: o de pôr o Espírito em condições de suportar a parte que lhe toca na obra da criação”. 

O sentido de viver
Encontrar o sentido da própria vida é descobrir a nossa singularidade. É encontrar o que nos define, o que define nossa história individual e como isso nos faz interagir com o mundo ao nosso redor. É conseguir perceber que a felicidade e a paz de espírito somente alcançamos quando fazemos o que realmente viemos fazer aqui na terra, ou seja, cumprir o nosso dever, reparar aquilo que viemos reparar e fazer todo bem que nos seja possível fazer.

Para tanto, Deus nos concedeu ferramentas, pois Ele sabe que não é uma tarefa fácil para nós, crianças espirituais que somos. O Evangelho de Cristo à luz da Doutrina Espírita, o recurso da prece e a prática da caridade nos proporcionam maior lucidez para clarear nossa visão e interpretar a própria vida, extraindo dela um sentido maior, que é a razão do nosso viver e de estarmos de passagem pela terra.

Quando nos empenhamos com afinco no processo de reversão das próprias imperfeições, uma personalidade mais segura e confiante começa, gradativamente, a se afirmar, contribuindo para que o suportar todas as vicissitudes da existência corporal traga, principalmente, a sensação de superação e realização íntima.

Com a compreensão e a convicção, nossa vida na atual existência sofrerá enorme transformação, para melhor, visto que procuraremos ser pessoas melhores, mais tolerantes, mais pacientes, mais compreensivas, mais agradáveis, capazes de enxergar no próximo um irmão e fazer a ele o que gostaríamos que ele nos fizesse, o que virá ao encontro de um dos objetivos do Espiritismo: o melhoramento geral do ser humano, a reforma íntima.

Vida com Jesus
E para esta e tantas outras empreitadas positivas e edificantes, poderemos contar sempre com Jesus, modelo e guia da humanidade, nosso irmão mais velho, nosso Mestre, nosso querido amigo e companheiro de todas as horas, o ser mais humilde e mais simples que já esteve na Terra e que dividiu a história da humanidade.

Jesus nos ensinou claramente qual é o sentido da vida, informando-nos que somos seres imortais e que vivemos para realizar a nossa própria evolução espiritual, que ele chamou de edificar o reino dos céus no nosso íntimo. O Espiritismo recorda e explica os ensinos do Mestre, esclarecendo-nos que a vida terrena não é um fim em si mesma, mas um meio, cujo fim é desenvolver a potencialidade do Espírito. Para isto, o Criador nos dá tarefas compatíveis com a nossa capacidade, ou seja, de acordo com o nosso grau evolutivo. Ao realizarmos essas tarefas, trabalhamos para nossa evolução espiritual. 

Todos possuímos um papel a desempenhar, nesse grande palco que é a Terra. Qualquer que seja o grau evolutivo, desde o menos evoluído, até o mais adiantado dos espíritos aqui reencarnados, todos possuímos um trabalho, uma tarefa, pequena ou grande, sempre adequada a nossa capacidade, e de acordo com nossas necessidades evolutivas.  Quando descobrimos consistentes e elevados motivos para viver – e viver bem–, passamos a considerar cada momento de nossa existência como uma bênção. Com isso, consistentemente, valorizamos esse belo ensejo que Deus nos faculta, e caminhamos mais rapidamente ao encontro da perfeição que, inevitavelmente, nos aguarda.

Que possamos viver a vida, ser vida e valorizar a vida, esse presente que Deus nos concede para que possamos evoluir e aprender sempre. Tenhamos nas palavras de Joanna de Ângelis um lema para seguirmos adiante nesta jornada terrena que ora nos faculta: “És o que de ti mesmo fazes. Aprende a ser feliz, amando e ajudando, de modo que esse tesouro nunca te seja retirado, antes se te faça multiplicado. Renasceste para conquistar a verdade adormecida no teu íntimo. Confia e ama! Tem paciência e nunca desista da luta!”.

KARDEC, Allan. “O Livro dos Espíritos”.
FRANCO, Divaldo P. – Joanna de Ângelis. “Ilumina-te”.

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