Reportagem do JP é contestada com agressões

Câmara dá explicação

23/06/2017 00:00

DIREITO DE RESPOSTA

A reportagem sobre a abortada licitação da Câmara de Vereadores de Cachoeira do Sul para transmissão radiofônica de sessões solenes e boletins do Poder Legislativo, publicada na edição de terça-feira da semana passada, foi contestada em nota de esclarecimento enviada quarta-feira ao Jornal do Povo pelo presidente Paulão Trevisan (PDT) e demais integrantes da mesa diretora. Antes mesmo que o JP publicasse o direito de resposta, o texto foi encaminhado ontem por e-mail para todos os veículos de comunicação da cidade e para um mailing não identificado de outros destinatários, além de ser postado em rede social. Até o diretor da indústria Screw, João Streit, estava no mailing, conforme apurou o JP.

O JP acolheu o direito de resposta, conforme orienta o código de ética da Associação Nacional dos Jornais (ANJ) e recomenda a Lei 13.188/15, e publica o texto na página ao lado de forma reduzida. Termos agressivos ao JP ou que não foram objeto da reportagem foram suprimidos, mas o leitor poderá vê-los no quadro abaixo, simultaneamente à posição do JP.

REVANCHISMO
No ofício em que solicita o direito de resposta, Paulão Trevisan reclama que foram feitas "pesadas acusações baseadas em fatos inverídicos divulgados sem justificativa jornalística e informativa". Para o presidente da Câmara, a reportagem "é contundentemente revanchista em razão do entendimento (da Câmara) favorável à adoção do diário eletrônico".
 

>> PARA SABER MAIS

Os esclarecimentos da Câmara de Vereadores e a posição do Jornal do Povo

"Não há e nunca houve intenção de nenhum agente público da Câmara de Vereadores de retaliar qualquer órgão de imprensa. Tal assertiva, se não fosse um factoide maldoso, seria risível."
JP - A retaliação foi denunciada pelo JP à própria Câmara de Vereadores no pedido de impugnação da licitação de rádio dirigida para as emissoras que operam em FM e repetida na entrevista com o diretor do JP, Eládio Vieira da Cunha, publicada junto com a reportagem "Câmara aborta a licitação para rádio". Afora a exclusão da GVC.fm no processo licitatório, a Câmara começou a publicar seus atos oficiais num jornal de Porto Alegre sem circulação em Cachoeira, adotou o semanário A Notícia sem comprovação de circulação para divulgar o Resumo da Câmara, chantageou o prefeito ameaçando obstruir pautas do Executivo se o diário eletrônico não for adotado na Prefeitura e reinstituiu o diário eletrônico do Legislativo em tramitação recorde, no regime de urgência, apesar de ter sido abandonado pela legislatura anterior por sua ineficiência.

"Não existe e nunca existiu falta de transparência na divulgação da remuneração dos servidores. Essas informações sempre estiveram e estão à disposição da sociedade no portal da transparência."
JP - A transparência nos salários dos servidores só foi adotada depois de uma pressão comunitária liderada pelo JP, incluindo um ato público da comunidade em frente ao Palácio João Neves da Fontoura.

"A remuneração digna paga aos servidores da Câmara de Vereadores é absolutamente compatível com a remuneração dos servidores públicos dos demais órgãos e/ou poderes públicos, citando apenas os com representação em Cachoeira do Sul: Receita Estadual e Receita Federal, Ministério Público Estadual e Federal, Justiça Estadual e Federal e Defensoria Pública, dentre outros."
JP - A relação que o JP fez foi com os servidores da Prefeitura, que ganham salários bem menores do que os pagos pela Câmara.

"Na legislatura passada a Câmara realizou licitação para contratar órgão de imprensa escrita para publicar os atos oficiais do Legislativo. Sagrou-se vencedor o Jornal do Comércio. O Jornal do Povo, insatisfeito, contestou a decisão na Justiça e não logrou êxito, restando comprovada a correção e legalidade do resultado da licitação. A Câmara teria agido errado se tivesse direcionado a licitação, na época, ao único jornal diário impresso da cidade, Jornal do Povo."
JP - A licitação não exigiu comprovação de circulação em Cachoeira e permitiu com isso que um jornal sem identificação com a cidade fosse vitorioso pelo critério de menor preço.

"A Câmara sempre transmitiu as suas sessões plenárias em rádios AM, pois estas tem maior abrangência, alcance, tanto na cidade quanto no interior. A prática de licitar rádio AM não surgiu agora, em 2017, em represália a ninguém, como levianamente veiculado pelo JP."
JP - Antes, todas as emissoras de rádio da cidade pertenciam a um mesmo grupo, o SFC, monopólio que foi desfeito pela GVC.fm. As emissoras em FM alcançam com folga todo o território do município e ainda podem ser ouvidas pelo telefone celular, condição que as AMs não têm.

"O Poder Legislativo adquiriu um veículo utilitário que atende a suas necessidades, semelhante ao que possuía, após utilizar por 10 anos seu antigo veículo. Esta aquisição foi considerada correta e legal pelo Ministério Público, mas o Jornal do Povo persiste em divulgar notícia sensacionalista dizendo que o veículo é de luxo."
JP - O Ministério Público considerou a licitação correta, mas deixou claro que a aquisição foi incompatível ao transferir o julgamento para os eleitores.

"A Câmara de Vereadores, e aqui está o cerne da questão, após 29 dias de tramitação, aprovou por unanimidade o Projeto de Lei 13/2017 instituindo o diário oficial eletrônico da Câmara de Vereadores, contrariando interesse do jornal."
JP - Os vereadores nem discutiram o mérito do projeto e aprovaram após uma tramitação recorde a adoção do diário eletrônico, apesar da legislatura anterior ter identificado que o mecanismo não atendia o princípio da publicidade e transparência. Há cerca de dois anos o JP já não publicava os atos oficiais, que foram transferidos para um jornal de Porto Alegre.

"Após a aprovação do diário eletrônico, o Jornal do Povo extinguiu a coluna política “Tribuna” e passou a não mais divulgar os trabalhos apresentados pelos vereadores nas segundas-feiras e as ações desenvolvidas pelo Legislativo ao longo da semana. Adotou postura jornalística como se o Legislativo não mais existisse."
JP - Ao adotar o diário eletrônico, uma das justificativas foi que o jornal é antigo e de menor abrangência do que a internet. Com o rompimento da parceria histórica, o editor decidiu publicar apenas as informações de relevância ou interesse público.

"O periódico passou a divulgar factoides com o propósito de gerar deliberadamente um impacto negativo diante da opinião pública de forma a manipulá-la, valendo-se de sua influência na mídia, para denegrir a imagem da Câmara de Vereadores, construindo cenários inverídicos sobre a lisura, correção e legalidade dos atos deste parlamento. Os ataques reiterados que este jornal vem realizando ao Poder Legislativo nada têm a ver com o interesse da sociedade cachoeirense."
JP - Todos os conteúdos publicados pelo JP são de interesse público e não foram desmentidos.

"O jornal utiliza-se da liberdade de imprensa para proteger seus interesses patrimoniais, eis que temem a implantação do diário oficial eletrônico no Poder Executivo, que lhe causaria um prejuízo de aproximadamente R$ 300.000,00 por ano."
JP - O jornal usa a liberdade de imprensa para fiscalizar e denunciar desmandos dos três poderes com absoluta independência editorial e econômica e uma postura eminentemente comunitária, defendendo o interesse da sociedade.

"A fim de reforçar o interesse explícito e pessoal contra a publicação dos atos oficiais na ferramenta gratuita, escondem da população que na legislatura passada o diretor do JP enviou para alguns vereadores subsídios adicionais sobre o assunto do diário eletrônico."
JP - Os subsídios foram argumentos enviados pelo JP aos vereadores para defender a posição contrária à adoção do diário eletrônico. O jornal entende que a transparência deve ser ativa e provocativa, o que só é proporcionado pela publicação impressa. O papel, apesar da facilidade proporcionada pela tecnologia, continua sendo o melhor meio de documentar a história e respaldar na sociedade os atos do poder público. Neste caso, a economicidade não justifica a publicidade.

"O jornal deve explicar a seus eleitores por que a empresa foi condenada ao pagamento de multa de elevado valor referente a pesquisas eleitorais realizadas de maneira irregular."
JP - A multa da Justiça não foi pela publicação de pesquisas eleitorais, mas pela não publicação da sentença que as considerou irregulares por não conter a estratificação econômica dos eleitores ouvidos. A empresa recorreu da sentença e o caso ainda não foi julgado.

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Que me conste:

Luciano Iserhardt Scherer em 26/06/2017 às 14h29

1 - Não comentei NADA nesta matéria; 2 - Não chamei o Lezivo para nada, nem seque o havia cidade a dias; 3 - Não me lembro de ter pedido opinião alguma para o tal; sobre qualquer coisa que seja, principalmente sobre algo que tenha a ver comigo; 4 - QUALQUER pessoa pode externar opinião sobre QUALQUER assunto (assunto é uma coisa... pessoa e pegação de pé contra alguma pessoa é outra coisa BEM diferente!) desde que não anonimamente e/ou escondido atrás de fakes... 5 - O nome de JORNALECO aplica-se PERFEITAMENTE para várias 'matérias(?)' que na verdade são propaganda ou defesa de interesses próprios do jornal, e PRINCIPALMENTE quando dão espaço para a escória que dá plantão no fórum ficar provocando e avacalhando com tudo e todos com APOIO e CO AUTORIA do jornal.

de elogio

Igor Noronha de Freitas em 24/06/2017 às 08h44

A postura do JP em oportunizar este contraditório, deixando à soberania popular o julgamento .

ÂNSIA DE VÔMITO

João Orlando dos Santos em 23/06/2017 às 21h34

Não sei o que é pior. Se legisladores arrogantes,incompetentes e ignorantes e dirigidos pelo funcionalismo oportunista e ganancioso. Ou se uma uma imprensa pobre e dependente de verbas públicas capaz de criar as suas verdades em detrimento da própria verdade. O que é inegável é que este conjunto contribui para o crescimento cavalar desta cidade, cavalar no sentido de cola de cavalo, pra baixo.

SE A MODA PEGA,

Delmar Pereira em 23/06/2017 às 17h15

Vai faltar mer...da, pois quase todos os PolíTicos seriam merecidamente agraciados com este ''mimo'' indigesto kkkkk. E tem militonto aqui no fórum que é ''expert'' nesta matéria de excrementos, pois até dá dicas na reportagem da Jornalista Patricia sobre diversidade de utilização deste resíduo, de coco ele literalmente entende, basta ver como está o País arrebentado por esta quadrilha de zumbís comedores de dinheiro $$$$ dos trabalhadores assalariados, que ele tanto defende! Se bem que ultimamente e tem passado a comentar outros assuntos, acho que criou um pouquinho de vergonha, não vamos elogiar, porque se voltar a defender ladrões..... http://g1.globo.com/e-ou-nao-e/noticia/policia-legislativa-investiga-envio-de-envelope-com-coco-a-rodrigo-maia-e-verdade.ghtml

AOS LEITORES E LEITORAS

Rosalvo Lourenço em 23/06/2017 às 15h26

Existe uma verdade fática na história política do Brasil - as autoridades se acham acima da lei e da população em geral. E existe algo que, na última década, tem incomodado aos mandatários - a informação. A internet possibilitou que as pessoas tenham um senso crítico e saibam de seus direitos os quais foram translucidados da sociedade. Observem que os políticos em geral adoram uma imprensa que lhes sejam subservientes. Eles adoram serem vistos como autoridades acima de todos. Desta forma, podem se lambuzar sem se esforçarem para obter o sustento como todos nós, o povo. Esta Câmara de Vereadores é a prova disto. Se não me engano o ano, em 1998 esta câmara teve a coragem de fazer uma sessão contra a reportagem da revista Veja na qual se falavam dos crimes do vagabundo e assassino Chê Guevara. Patético, ridículo, coisa típica de imbecis ou de crápulas de esquerda. O Jornal do Povo cumpre uma função que não agrada aos vereadores. Este nhen-nhen-nhen em torno das publicações é uma forna dos políticos obterem vassalagem do JP, não obtiveram. Em nome de economia optou por um diário eletrônico, a mesma economia na compra da mercedes?! Ora, vão plantar batatas! Quando optaram pela publicação impressa fundamentaram com o argumento do alcance da internet. Perfeito! E agora vêm justificar o fim de uma coluna na qual eles praticavam a elevação do ego municipal? Um legislativo deixa de existir quando seus representantes não possuem a devida compostura pública. Não generalizo meu comentário, mas a população está cansada. Quando se é para elogiar, elogiamos, quando devemos criticar, criticamos. E nunca devemos esquecer. Toda autoridade pública, com raras exceções, são nossos empregados. Tratem estas pessoas da mesma forma que são tratados. Todos são iguais perante à lei.

LUCIANO I. SCHERER

Lecino Ferreira em 23/06/2017 às 11h30

Por que o Jornal do Povo - que do Povo é O Jornal -, não usa de seus direitos de respostas aplicando a Lei 13.188/15 contra as ofensas disparadas pelo "leitor" supracitado? Há muito ele vem OFENDENDO esta instituição e, indiretamente, todos os outros leitores.

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