Blog da Poesia
Dalila Fonseca
Cachoeira do sul é uma cidade pródiga de escritores e poetas; terra de Fontoura Xavier, Liberato Vieira da Cunha, Ramiro Barcelos, Marcelo Gama, João Neves da Fontoura, Alarico Ribeiro, Gregório da Fonseca, Nilo Fernandes, Sérgio Lezama, Célia Maria Maciel, Airton Ortiz, entre tantos outros... Impossível, entretanto, falar em poesia e literatura feita na capital do arroz e não citar o nome de duas mulheres fundamentais em nossa história; Ely Costa Marciniak e Dalila Bairros Fonseca.
Hoje, todavia farei alusão a Dalila Fonseca.
A Dalila foi responsável pela coordenação da primeira página literária do Jornal do Povo, publicada no distante 26 de novembro de 1978. Na época a lauda chamava-se “Recanto Literário’’. A partir de 1980, o título mudou e passou então a ser chamado de JP Literário. Dalila foi responsável também por descobrir e lançar vários nomes da poesia feita às margens do rio Jacuí, tais como, Madalena Silva, Iara Ramos, Vera Beatriz Machado, Magali Vidal Domingues, Neila Machado... “Garimpar novos talentos não é complicado, porém exige atenção’’.
Em 1991 idealizou e organizou a 1º Edição do Prêmio Paulo Salzano Vieira da Cunha de Poemas, nosso tradicional concurso de poesias.
Dalila deu voz a dezenas de poetas, foi uma grande incentivadora da cultura e da poesia local, sendo assim, toda homenagem e tributo outorgado a essa mulher será pouco se comparado as suas realizações.
Que a Dalila nos abençoe com sua benevolência e generosidade.
Como sugere o prefácio da 1ª edição dos Poetas do Vale, ”Toma-o, leve-o, pois nele canta a voz dos poetas da minha terra’’
Acessem o blog, comentem, sugiram ideias, participem...
Bom final de semana e boa leitura.
Tiago Vargas
O-R-A-T-Ó-R-I-O
Sobre humilde corpo de madeira,
-a cruz
Encimando a cumeeira.
Assim o vejo
Pequeno mundo,
Remanescente de um passado
Que é vida no presente.
A voz muda e amiga
De tuas paredes
Convida
À meditação sem medida...
Na soma-subtração de meus dias,
Sob o silêncio noturno
Dobro o joelho a teus pés.
Ouço o eco da minha oração
Na compensação multiplicada.
Dalila Bairros Fonseca
Poesia poemas versos
Feito desfeito
…' e o verbo
se fez carne
e habitou entre nós'.
Como vindima
néctar de poema em luto
abrupto
verdades estranguladas
palavras farsistas
tagarelas
malucas
jogadas nas sombras
rasgam desculpas.
Zaira Cantarelli
Viver
Uma das inconveniências
Da vida
É ser transmitida
Ao vivo, não nos permitindo
Refazer
Nenhuma cena!...
Madalena A. Medeiros Silva
Abissalmente
No teu corpo
Me divirto
Me perco
Me encontro e
Me permito...
Quando abissalmente
Me entrego nas
Vezes tantas
Me cubro de remorsos
Por não
Ser santa...
Teu ser me escraviza
Banaliza
Poetiza...
Quando teu
Abraço me acolhe
Me encolho todinha
Para assim pequenininha
Penetrar teu coração.
Liane Korberg
Vem
Vem ouvir o som do vento
Nas folhas do coqueiro.
Vem ver as estrelas
E o céu iluminado.
Vem sentir a brisa suave
Que refresca a alma.
Vem ser amor,
Fraternidade,
Comunhão.
Giselle Marciniak
carnaval
máscara nacarada
na cara da noite
cravada
insana mente
ser Colombina
mina de pierrôs
sina de arlequins
Colombina purpurina
eis meu eu fora de mim
Cristina Macedo
Não sou mulher
Só fêmea
Meio bicho
Pássaro desplumado
Criatura de cera
Um postal,
Sim, sou tua!
Gente sem eira
Sem beira
Sem pátria
Sem história
E sem sexo.
Sou carne bovina:
Propaganda de cerveja
Dessas que tanto aprecias.
Dilso j. Dos Santos
Ando Partindo
Ando em períodos
Acomodações e mudanças...
Querendo mudar de cidade
De vida e profissão...
Mudar os sonhos
Os passos e as direções...
Ando ouvindo meus silêncios
E os barrulhos que me desassossegam
Que colocam dúvidas nas certezas...
Ando trocando dores
Por ternos amores de estações
E beijos no paraíso
Por uma praça cheia de flores
Num cantinho qualquer da imensidão...
Ando sem pressa fechando portões
Passando correntes nas grades
Trancando lembranças e segredos
Bilhete de ida no bolso
Partindo sem levar meus medos!!
Mara Garin
Página do passado
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poesia!!!
Tiago Vargas em 31/10/2016 às 08h18Boa noite!!! Continuo escrevendo sim, ultimamente ando me dividindo entre a poesia, crônicas e mini-contos (gênero no qual sou fascinado); como sugerido pela Patricia, segue abaixo a poesia vencedora no Paulo Salzano e outra inédita, versão em espanhol cujo lançamento será no 13 de novembro na feira do livro de porto alegre, coletânea Caminhos do Mundo Enfim sós Sou teu Em prosa e verso Sem rimas. Raio de sol, Alma em flor Frescor. Sentido. Nas vestes da saudade, exclusividade Minuciosa gestação de promessas. Textura de coisa viva, Virtude de raros. Amor genuíno, Poema na página em branco a pulsar. Casi poesía Quasepoesia Somos ciegos... somos cegos… Hasta las últimas consecuencias. Até as últimas consequências. (‘’Sus ojos son mil millones de ventanas ciegas’’ (‘’Seus olhos são um milhão de janelas cegas’’ - Allen Ginsberg.) Tiago Vargas
Patrícia Loss
Lecino Ferreira em 30/10/2016 às 19h22Poste a poesia ganhadora num comentário nesta coluna. Continuas a escrever poesia ou cauterizou tua veia poética?
JOTA PÊ
Lecino Ferreira em 30/10/2016 às 09h06Agora estás completo, JP Era o que faltava Para o povo que te lê. Jornal do Povo, Do Povo Tu és O Jornal. Parabéns pela volta deste espaço.
Minha história com Dalila
Patrícia Loss em 27/10/2016 às 14h25O nome Dalila Fonseca marcou a minha infância. Lembro nitidamente quando me chamaram na portaria do Colégio Roque porque uma senhora queria falar comigo. Era Dalila. Ela estava entrando em contato porque queria me conhecer. Eu deveria ter uns 10 anos e nas aulas do professor Antônio Carlos Kuhleis estávamos trabalhando com produção de poesias. Os melhores poemas foram para um concurso organizado pela extinta Univale. Eu fui a vencedora da competição e recebi a visita da Dalila para me parabenizar. Lembro que ela elogiou bastante o meu trabalho e eu fiquei me achando, hehehe. Sempre que citado o nome dela, esta história me vem à cabeça.