Blog da Poesia

DIEGO PETRARCA

31/03/2021 08:19

Diego Petrarca nasceu em Porto Alegre em 20 de março de 1980. Professor, cronista e poeta. Mestre em Teoria Literária e Escrita Criativa. Premiado em diversos concursos literários. É Autor dos livros Nova música nossa, Mesmo, Banda, Cada coisa, Hai-Cábulos, Tudo Figura, entre outros... Carnaval Subjetivo é sua obra mais recente. Sua escrita intertextual reflete o cotidiano com muita sensibilidade e originalidade.

Invulgar e perspicaz. Desmentem o senso comum com recortes semânticos que funcionam como se fossem refrães de uma canção popular. Insights literários genuínos. A poesia urbana que materializa a estranheza do simples. Achados linguísticos reverberados em aforismos inusitados. Poesia que respira. Inspira.

VALE DA UTOPIA
Tarde de trilha
praia de cima
vale da utopia
na areia
o caranguejo
sobe a sandália
crianças na areia
o mar lá atrás
das conchas
nessa noite de janeiro
o verde descabela
com o vento
a verdade pára
quando o sol
bate na cara
de noite
a estrela acende
atrás da gente
por aqui voar
é privilégio de quem
fala a verdade
nunca mais olhei pra trás
com a mesma habilidade
Diego Petrarca

Armário aberto
as roupas que
fomos

não esperam
mais
Diego Petrarca

ÚNICO INDIVÍDUO
Pois se em mim
arde a fantasia
               sou capaz de distrair as nódoas
               expostas no ares
assim que amanhece

e quando a noite vem
eu canto pras paredes do quarto
                    recolhido e sóbrio
                    envolto em parda luz

a infinita timidez
irremediável na medida
                   em que eu não me suporto

o faro do cotidiano
se atreve a inibir aos poucos
                      a luz que não avança

e até mesmo o sono
é quebradiço
                         quando despertar repete o ímpeto
                         de uma lâmina afiada
precária é a possibilidade dos sorrisos
também sólida avante impenetrável
                         não perecível
Diego Petraca

Paradise
Meu Paraíso não tem riquezas
E é tão rico de quase tudo...
Tamanhas as suas belezas
É o lugar mais belo do mundo...
Tem cores e sabores nativos
Que plantamos ao longo do tempo
Deixando os corações cativos
Da magia e o encantamento...
Meu paraíso reflete simplicidade
Nas águas do bebedouro
Não muito longe da cidade
Escondido o meu tesouro...
E quando a velhice chegar
Junto com a pouca visão
Guardarei todo este lugar
Nas gavetas do coração!
Mara Garin

| m |
ela, que tudo vela
diuturna taciturna
moribunda deslumbrante
ela, que nos consterna
sorrateira mascarada
inexata recalcitrante
ela, que nos assombra
magnanima ubiqua
doidivanas equidistante
o fio da lamina
o nascer do sol
a lagrima em pelo
tudo acaba
nessa constante
inequivoca
desambigua
consoante
Paulo Jorge

Contemplar passarinhos
Inexorável é o transcurso dos anos,
Insubalternan-se à humana vontade,
Estamos sujeitos a perdas e danos,
Mazelas fatais, não deixam saudade.
Uso e abuso desse surrado jargão,
Frases feitas que norteiam caminhos,
Solitárias andorinhas não fazem verão,
Nem águas passadas giram moinhos.
Garra e audácia do tempo de moço,
Foi tudo jogado num fundo de poço.
Tornei-me palerma a temer torvelinhos.
Perdida toda imponência de outrora,
Opacas lembranças, sensíveis agora,
Ensejam afã de contemplar passarinhos.
João Francisco Severo

TRÊS RUAS
Em Cachoeira do Sul
as ruas Júlio de Castilhos,
Saldanha Marinho
e Getúlio Vargas
tomam café na
Padaria do Comércio.
Longe, na curva do tempo,
o trem anuncia sua fome
insaciável de distâncias.
A Descida dosTrilhos
sobe na história,
estação de sol que não cansa.
Robson Alves Soares

A Carta chegou
A carta chegou para contar boas novas
Para contar que mesmo em tempos de cólera
Coisas boas acontecem
Que o amor, sentimento profundo vai salvar o mundo
A carta chegou para lembrar que enquanto houver gente que sente a dor do outro
Oferece seu ombro, seu colo-conforto
A dor no peito vai embora, sem demora
Tudo tem jeito
A carta chegou para espalhar esperanças
Soprar palavras ao vento em revoada
Varrendo tristezas e apaziguando os lutos
A carta chegou trazendo ninares, cânticos
E sonhos utópicos de um mundo de igualdade, fartura e ternura
A carta chegou para lembrar as palavras d o Mario
“ Se as coisas são inatingíveis. Ok! Não é motivo para não querê-las. Que triste os caminhos se não fora a presença distante das estrelas...
A carta chegou para chamar à todos e todas para juntos e juntas melhorar este mundo tão louco.
Magalhe Oliveira

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