Dona de casa mora em um barraco que era de cavalos e ovelhas

A dona de casa Tatiane Pedroso Leão, 30 anos, está morando há três meses em um galpão de madeira nos fundos da casa do seu tio no Bairro Habitar Brasil.

O local que antes abrigava ovelhas e cavalos de um vizinho, se transformou na casa de Tatiane e de seus três filhos de 10 anos, seis anos e da menina que ainda nem nasceu.

Tatiane está com sete meses de gestação diagnosticada de risco, segundo ela, devido a uma grave infecção que adquiriu por morar em um terreno úmido e alagadiço.

A casa mede aproximadamente dois metros de largura por três metros de comprimento e mesmo sendo limpa e organizada por Tatiane, ainda tem impregnado um leve odor dos animais que já abrigou.

O odor de um chiqueiro de porcos nas proximidades também invade o ambiente. Além disso, a família sofre com o frio que entra pelas frestas nas paredes e com as goteiras no telhado.

Dentro da casa estão uma cama de casal onde Tatiane dorme com os dois filhos, um fogão, dois armários de cozinha, um forno elétrico, duas cadeiras e um guarda-roupas, sobrando um pequeno corredor para circulação. “Tudo o que tenho são doações de amigos da Igreja Evangélica Comunidade Cristã”, declara Tatiane.

BOLSA FAMÍLIA

Ela sobrevive com R$ 147,00 do Bolsa Família e com R$ 200,00 de pensão do filho de 10 anos. Segundo Tatiane, o pai da menina de seis anos não paga pensão por ser alcoólatra, ter problemas psicológicos e estar desempregado.

Com os R$ 347,00 mensais ela diz comprar alimentos e pagar as taxas de 45,00 de água e luz e R$ 50,00 de aluguel do barraco onde mora.

PENICO

A água ela busca de balde na casa do tio para poder tomar banho de bacia e lavar as roupas e louça. “Nosso barraco também não tem banheiro, aí fazemos nossas necessidades no penico e jogamos na sanga que fica nos fundos da casa.

Sei que isso é errado, mas é preciso. Meu tio não é muito de acordo em morarmos nos fundos da casa dele aí não posso ficar incomodado ele toda hora”, declara Tatiane.

Ela relata que começou a passar necessidades quando se separou do marido alcoólatra em Guaíba e voltou a morar em Cachoeira do Sul. Ela veio direto para a casa da mãe em Três Vendas, que é faxineira e ganha R$ 60,00 por semana.

“Não tínhamos como ficar no interior fazendo a mãe passar trabalho junto com a gente. Meus filhos também precisavam estudar, por isso procurei o meu tio na cidade, no Bairro Habitar Brasil”, relata Tatiane.

AJUDA

Ela relata que aguarda retorno dos pedidos de auxílio que já fez na Prefeitura, Secretaria de Trabalho e Ação Social (Stas) e no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS). “Tenho medo de perder os meus filhos. Posso não ter condições financeiras, mas comida e muito amor não faltam pra eles. Eu nunca abandonei e nem vou abandonar eles”, declarou Tatiane.

Devido a gestação ela não consegue emprego e o pai do bebê que ela espera não quis se responsabilizar pela paternidade. Tatiane diz que seu maior sonho é conseguir uma casa para morar com a família.

Enquanto isso, ela pede a ajuda da comunidade com doações de roupas, alimentos e calçados principalmente para a menina que irá nascer e os outros dois filhos. O seu telefone de contato é (51) 9550-3878. Ela mora no Bairro Habitar Brasil, Rua 4, casa 7, fundos.