Blog da Nutricionista
Evite alimentos ultraprocessados
Temos visto cada vez com mais frequência profissionais de saúde estimularem o consumo de “comida de verdade” e evitar o consumo de alimentos ultraprocessados. Mas, afinal de contas, o que são alimentos ultraprocessados e por que devemos evitá-los?
De acordo com o Guia alimentar para a população brasileira, os alimentos ultraprocessados são formulações industriais feitas inteiramente ou majoritariamente de substâncias extraídas de alimentos (óleos, gorduras, açúcar, amido, proteínas), derivadas de partes de alimentos (gorduras hidrogenadas, amido modificado) ou sintetizadas em laboratório com base em matérias orgânicas como petróleo e carvão (corantes, aromatizantes, realçadores de sabor e vários tipos de aditivos usados para conferir propriedades sensoriais mais atraentes (sabor, aroma, textura).
Uma maneira simples de identificar se o alimento é ultraprocessado é verificar a quantidade de ingredientes no rótulo da embalagem. Um número elevado de ingredientes (normalmente cinco ou mais) e, sobretudo, a presença de ingredientes com nomes pouco familiares como por exemplo gordura vegetal hidrogenada, xarope de frutose, isolados proteicos, espessantes, emulsificantes, corantes, aromatizantes, realçadores de sabor e vários outros tipos de aditivos, indicam que o produto pertence à categoria de alimentos ultraprocessados.
Alguns tipos de biscoitos, sorvetes, balas e guloseimas em geral, cereal matinal açucarado, bolos e misturas para bolo, algumas barras de cereal, sopas, macarrão e temperos ‘instantâneos’, molhos, salgadinhos “de pacote”, refrigerantes, iogurtes e bebidas lácteas adoçados e aromatizados, hambúrgueres de carne de frango ou peixe empanados do tipo nuggets, salsichas e outros embutidos são exemplos de alimentos ultraprocessados.
Os alimentos ultraprocessados frequentemente são ricos em gorduras e/ou açúcares. É comum que apresentem alto teor de sódio, utilizado para estender a validade do produto e intensificar o sabor, ou ainda para encobrir sabores indesejáveis decorrentes da adição de aditivos.
O tipo de gordura presente nesses produtos para estender a validade e melhorar o sabor aumenta o risco de obstrução das artérias. Este tipo de alimento também costuma ser pobre em fibras, importantes para o bom funcionamento do intestino, controle de glicemia e prevenção de doenças cardíacas e câncer.
Outras características dos alimentos ultraprocessados comprometem nosso mecanismo de controle da saciedade e controle de apetite, o que favorece o consumo excessivo de calorias e aumenta os riscos de obesidade.
Além de todos os riscos para a nossa saúde, o consumo de alimentos ultraprocessados também gera um grande impacto ambiental, considerando o aumento desenfreado de embalagens plásticas descartadas na natureza.
Toda a cadeia de produção destes produtos, até sua distribuição tem impacto significativo no meio ambiente quando avaliamos o consumo de energia, insumos utilizados e poluentes lançados na natureza. Por todos estes motivos, cada vez mais deve-se optar pelo consumo de alimentos in natura ou minimamente processados. Nossa saúde e o meio ambiente agradecem.
REFERÊNCIA
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia alimentar para a população brasileira. 2. ed. Brasília, 2014. 156 p.
Encontrou algum erro? Informe aqui