Ghignatti confirma candidatura a prefeito

Que o ex-prefeito Sergio Ghignatti e sua família vinham se comportando, nas últimas semanas, como se ele já fosse candidato ao comando do Paço Municipal, todo mundo já sabia.

Mas agora está confirmado: na tarde desta quarta-feira, pela primeira vez, o médico de 69 anos admite sua candidatura a prefeito com todas as letras. Inclusive, ele anuncia que sua principal meta, caso seja eleito, é a criação de uma usina de asfalto da Prefeitura para literalmente tirar da lama os bairros da periferia.

"Nossa cidade não é mais aquela ilha isolada, sem desenvolvimento, como já foi no passado. É só ver a Granol, UFSM/Cachoeira, Screw, shopping etc. A coisa está bem encaminhada, o que precisamos agora é trazer mais qualidade de vida para as pessoas, e isso inclui tirar a população do barro, da poeira e da buraqueira. A Prefeitura precisa fazer o seu dever de casa”, analisa.

Ghignatti salienta que a proposta é que isso seja feito de “fora para dentro”, isto é, no sentido da periferia para o centro.

Seu partido, o PDT, naturalmente, evita a confirmação para não municiar os demais partidos que aguardam uma definição final de Ghignatti para montar suas coligações.

O político está na mira das atenções porque largou em primeiro nas duas pesquisas encomendadas pelo Jornal do Povo à Casa Brasil Editores no ano passado.

Em dezembro, GG apareceu com 30%, registrando mais de 10 pontos à frente do segundo colocado, Oscar Sartório, do PRB. Na primeira pesquina, no mês de setembro, o médico já corria na frente com 23%, perseguido por Oscar Sartório com 13%.

Ghignatti reconhece que ainda falta um longo caminho a ser percorrido para a “tão sonhada” industrialização da cidade, mas considera que a etapa inicial já foi inaugurada.

"Somos hoje um polo educacional, industrial e de Saúde. Essa parte é uma questão de saber manter e continuar insistindo para trazer novas empresas e serviços. Uma coisa puxa a outra. Tudo isso é importante, mas acho que agora está na hora mesmo é de trazer mais alegria para vida para as pessoas, especialmente para os menos favorecidos, entende? É uma questão de tentar equilibrar as coisas", esclarece.

O prefeiturável chama a atenção que quando a Corsan renovou o contrato com o município, no final de 2010, ela se comprometeu com investimentos que passam dos R$ 116 milhões em 25 anos, a maior parte para cobertura de esgoto, algo que representa condição indispensável para que as ruas possam ser asfaltadas.

“Agora, fica mais fácil. Na medida em que a Corsan faz a canalização de esgoto e a Prefeitura faz a parte pluvial, o asfalto já pode ser colocado”, projeta Ghignatti.

SONHO ANTIGO - O ex-prefeito relembra o tempo em que foi vice de Acido Witeck. Eleitos em 1988, os dois sonhavam com a implantação de uma usina de asfalto gerida pelo município, chegando a comprar o equipamento, poréma estrutura nunca foi colocada em funcionamento.

"No último ano do governo (1992), conseguimos comprar uma usina para fabricar asfalto a baixo custo. Mas, infelizmente o sucessor, Ivo Garske, não deu continuidade ao projeto e as máquinas terminaram sucateadas", lamenta GG.

Ghignatti explica que a vantagem é o preço do asfalto, que sai bem mais em conta se for produzido pela própria Prefeitura, do que se for adquirido de usinas que comercializam o produto. Ele até cogita eventual parceria com a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) para auxiliar no desenvolvimento da produção e da aplicação do asfalto.

"Não importa quem vai vencer as eleições. Pode ser eu, ou qualquer outro. Mas, se trata de uma meta importante para colocar Cachoeira em outro patamar. Isto inclusive dará outro aspecto para a cidade, ajudando a atrair investimentos. Chega dessa buraqueira pelas vilas da cidade. Temos de imitar o que está dando certo em outros municípios. Vale a pena fabricar porque a diferença de preço é gritante. Em termos de tecnologia depende de um projeto bem elaborado, e penso que as universidades locais podem ajudar", reforça.

O ex-prefeito frisa que se vencer a eleição dará prioridade máxima para o asfaltamento, começando pela periferia. "Qualquer um sabe que a Prefeitura arrecada pouco, mas administrando bem, com bom assessoramento, é possível economizar um pouquinho daqui e dali para colocar esta ideia em prática. É um sonho meu que agora reascendeu".
 

Decisão de concorrer em chapa pura será pelo diretório

GG garante que não está tratando pessoalmente de coligações, pois respeita a hierarquia do seu partido, no entanto deixa escapar que vem sendo assediado por representantes de outras siglas, até mesmo do PP, que está coligado com o antigo partido de GG, o PMDB, agora sob comando da ala Figueiró, eterna rival do ex-prefeito.

"Tecnicamente ainda sou pré-candidato, dependo da confirmação do diretório para oficializar meu nome como cabeça de chapa. O PDT recebeu de braços abertos a mim e minha família, valorizo muito isso.

Deste modo, qualquer convite que aparece, imediatamente, encaminho às mãos do vereador Cleber Cardoso, que é o presidente do partido. Aliás, até porque nem membro do diretório eu sou", despista o ex-prefeito.

Ele confessa que está ansioso para saber o resultado da próxima pesquisa, que será divulgada em breve pelo Jornal do Povo, para saber se continua na ponta. Sergio Ghignatti acredita que o partido tem chances de vencer a eleição concorrendo em chapa pura.

GG lembra que quando foi eleito pela primeira vez, em 2008, o PT não integrava a cabeça de chapa, ficando coligado só na eleição proporcional. Em todo o caso, o político é taxativo em dizer que esta decisão vai depender exclusivamente do crivo do diretório do PDT em convenção marcada para o mês de julho.